Nesse tumulto e multidão que são as opiniões virtuais nos dias de hoje, fica fácil perder a veracidade do que se diz. Contudo, propagar ideias e não vivê-las é navegar no seco, dessa forma não se sai do lugar. Como disse Mahatma Gandhi: seja a mudança que você quer ver no mundo.
Não adianta reclamar de político desonesto e não levantar do lugar quando vê um idoso entrando no ônibus. Não adianta se revoltar com a falta de água, mas ser a pessoa que vai voltar a tomar banho de 1 hora quando tudo se (ou caso se) normalizar. Cada um faz o que bem entende com a própria vida, mas isso não dá o direito de atingir o próximo, ainda mais com aquilo que vive pregando ser contra.
Não adianta reclamar que São Paulo é uma cidade suja, mas a cada cigarro, jogar a bituca no chão. A liberdade existe, sim. Mas não adianta reclamar da falta de segurança e ser o primeiro a dirigir depois de beber. “Mas só bebi 2 latinhas, continuo sóbrio”. Não é atitude de quem sai nas ruas para protestar, e por mais simples que pareça ser, a mim dizer uma frase dessas se compara a de um político dizendo: “Mas só roubei 2 bilhões, continuo sendo confiável”.
As fotos em protestos são lindas e aquela piada sobre a presidente também é muito engraçada, tudo para mostrar que algumas situações no país são inaceitáveis. É contra a corrupção? Que maravilha! Mas e aquele dinheiro que saiu do bolso quando não passou no teste de motorista? Vai ter foto disso também ou só da carteira, com a legenda “perigo nas ruas”? E com isso eu concordo, perigo mesmo! Não só nas ruas, como também perigo para a coerência. É contra roubos? Continue assim! Mas e aquele troco que veio a mais e não foi devolvido? Será que isso não foi naquele mesmo dia que postou aquele texto maravilhoso sobre a honestidade? Não adianta marcar hashtags nas suas ideias, mas não marcar efetividade e verdade nelas. É preciso ser contra a esses pequenos furtos, também.
Não existem margens de erros, não se separa em caixinhas: aceitável e não aceitável. Todos estão na mesma. Não adianta reclamar da corrupção e só colocar o cinto de segurança quando vê uma viatura a frente. Não adianta reclamar da falta de solidariedade e mudar de calçada quando vê alguém pedindo comida. Não adianta se revoltar com o excesso de alguns e não doar as roupas que não usa há meses. Simplesmente não adianta apontar para as costas de quem está a frente e não proteger a própria.
A questão é que não adianta se encher de escudos e não comprar nenhum espelho. A maquiagem está boa? Ok. O cabelo está bonito? Ótimo. Mas e o coração? Está agindo da forma correta? Comprou um vestido novo que caiu bem? Muito bom. Mas e as atitudes? Estão novas também ou são as mesmas de sempre? A arrogância se abriga nos corações daqueles que garantem estar sempre certos, mas não queira estar certo, procure sempre estar. É diferente. Não pule degraus, porque cada passo é importante. Não adianta se encher de amor, mas não se amar. Não adianta sair gritando para ser ouvido, mas não dar ouvidos ao próximo.
É preciso, realmente, amar as pessoas. Fazer o bem como puder e ao máximo de pessoas que puder. Porque, afinal, não adianta reclamar tanto da humanidade, mas se tornar insensível ao que é humano. O mundo nos anestesia e tomamos cada dose sem pensar, talvez buscamos mais do que precisamos, mas seja qual for a busca, que nós, em momento algum, nos esqueçamos do que realmente importa.
Não vale a pena perder durante o caminho o que caminhamos tanto para alcançar.
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