Em tempos de pandemia e Fake News, é preciso ter discernimento e atenção com o que se consome na mídia.
A internet dá espaço para muitas vozes emitirem opiniões sobre os mais diversos assuntos, mas é fundamental ficar atento e aprender a discernir se aquele trabalho jornalístico é sério e se obedece a uma produção ética e bem apurada para se proteger das famosas fake news.
Para tratar deste assunto, o neurocientista, psicanalista e jornalista Dr. Fabiano de Abreu, e a psicopedagoga, professora da PUC Minas e presidente do Congresso Brain Connection Brasil, professora Dra. Ângela Mathylde Soares, se uniram para falar das tendências e inovações do jornalismo do século XXI.
Assista a live completa no Instagram:
Os profissionais da imprensa possuem um valor inestimável nesse momento na construção de conteúdos científicos de qualidade, em um tempo onde muitos acreditam poder falar o que quiserem, sem o devido controle e avaliação.
Fabiano de Abreu é proprietário de uma empresa de comunicação e mídia social, a MF Press Global e de um centro de pesquisas científicas, a CPAH e também é membro da Brain Connection e da Federação Brasileira, Portuguesa e Europeia de neurociências.
Ele destacou como a seleção criteriosa de estudos científicos são primordiais para o reconhecimento de um bom profissional da mídia:
“Sempre leio os jornais, e percebo que falta alguma coisa, e essa coisa é embasamento científico. Eu sempre procurei fazer jornalismo de modo que as pessoas não tivessem dúvidas daquilo que estava sendo escrito ou falado. Por isso, decidi investir em criar algo que seja bem elaborado e que as pessoas possam compreender aquilo que está ali para elas, sem deixar essas margens para interpretações equivocadas”, comentou.
Para ele, o jornalista, ao abordar temas científicos, nunca pode se considerar um expert do assunto, isso pode dar uma impressão de mero achismo. O jornalista é um veículo de disseminação de informações verdadeiras, e ele precisa apurar as informações que transmite através de fontes confiáveis. “Caso contrário, desconfie pois há grandes chances de ser FAKE NEWS. É preciso deixar as palavras e as pesquisas com quem entende do assunto””, explicou.
Para exemplificar ele cita algo comum aos veículos de comunicação:
“Se um jornal precisa de uma pessoa para falar de uma doença do coração, eu ofereço um cliente que seja cardiologista. Ele terá todo o conhecimento para falar daquele assunto e saberá explicar de uma forma bem didática. Não cabe ao jornalista pegar o assunto e escrever do jeito dele. O jornalista que tenta ser cientista, abre brechas para que pessoas não cientistas atuem como cientistas na mídia social, há profissionais com amplo domínio sobre o assunto e estão devidamente capacitados para fazer isso, pois são formados na área. Sem contar que a valorização do profissional na mídia, incentiva nas pesquisas e estudos para um melhor resultado.”.
Uma boa fonte de informações que quase não são consultadas pela maioria da população que, tanto Fabiano quanto Ângela consideram de grande valia, são as publicações em revistas científicas.
“São conteúdos bem fundamentados, analisados, avaliados e aprovados por um comitê científico. Então, se você deseja saber mais sobre uma pesquisa a respeito de um determinado assunto, ali você não corre o risco de ter algo infundado ou falso. Quem faz estas publicações são cientistas que possuem um domínio daquele assunto e podem falar com propriedade dele”, aconselha.
Já a professora Ângela Mathylde orienta:
“O Google é uma fonte de busca. Temos que saber analisar a veracidade da informação apresentada ali. Esta ferramenta é um motivador para encontrar o melhor conteúdo. Assim, precisamos ter uma análise crítica sobre o que nos é apresentado. Além disso, precisamos buscar em sites confiáveis como SciELO, ERIC, Google Acadêmico, Periódicos (Portal da CAPES), BDTD, Science.gov, entre alguns outros internacionais bem conhecidos. Estes lugares possuem informações assertivas, verdadeiras e sem perda de tempo ou achismo”, explica.
Muitas pessoas saem compartilhando matérias falsas sem nem ao menos pesquisarem se a fonte da notícia é confiável, ou se existe embasamento científico real sobre o fato que estão divulgando. Esse e um desserviço a humanidade, e pode causar muitos problemas para todos nós.
Sobre a importância de colher evidências a professora diz:
“Temos que analisar o que os cientistas fazem. A ciência precisa ser respaldada por evidências claras e objetivas. É preciso saber dialogar com o outro que vai receber aquela informação. Nunca se falou tanto em ciência como agora, com a pandemia. Mas é fundamental ouvir quem entende. As pessoas podem publicar os mais diversos assuntos, mas os profissionais sérios estão ali, há anos fazendo seu trabalho, e certamente eles possuem gabarito para reforçar o que estão falando”, explica a professora.
Para isso, é preciso ter como principio duvidar de qualquer informação que não seja respaldada por um profissional capacitado na área.
“As notícias falsas, ou FAKE NEWS, demonstram a falta de educação, de pedagogia, de comprometimento e de humanidade”, lamenta a professora. “A primeira lei da ciência é o compromisso com o outro, com a verdade e com a solução. O resto é puro empirismo”, reforça a educadora.
Para encontrar um conteúdo de qualidade, vale a pena seguir conteúdistas que possuem, por exemplo, um selo de verificação na rede social, reforça Ângela Mathylde. “Assim será possível ver que a pessoa tem fundamento teórico dos assuntos, ela não vai simplesmente falar o que quer sem ter um embasamento daquilo”, reforça.
Já Fabiano de Abreu lamenta que mesmo assim, os cientistas não sejam valorizados como deveriam. “Eu mesmo fiz uma pesquisa em 2018, onde dizia que a” internet está deixando as pessoas menos inteligentes”, a tese foi aprovada e publicada em revista científica, e o assunto não deu repercussão na mídia. Mas um outro cientista em 2020 publicou um livro sobre o mesmo assunto na França, e de uma hora para outra, muitos veículos começaram a abordar esta questão. Falta então dar este destaque aos cientistas da casa, mas infelizmente, a grande mídia acaba valorizando mais os estrangeiros”, destaca.
Essa liberdade de cada um falar o que pensa, sem o devido trabalho de pesquisa, é o que a professora lamenta estar cada vez mais comum na internet, e quanto mais as pessoas falam sem ter estudo para isso, mais as fake news ganham força pelo mundo.
“A informação é libertadora e quando é fiel pode mudar realidades. Este é o papel da ciência. Não podemos trabalhar em cima de picaretagem, as pessoas têm que saber o que estão falando, é de grande responsabilidade. Eu mesma já passei por algumas lives que deu vontade de chorar”.
Contanto, é preciso ter atenção e cuidado com as informações que se compartilha nas redes sociais e em aplicativos de conversa como o whatsapp, por exemplo.
Disseminar informações falsas, ou fake news, pode nos levar a um caminho sem volta e prejudicar muitas pessoas. Ter responsabilidade na hora de apurar se a notícia compartilhada é verdadeira é uma questão de humanidade!
*Escrito por:
Profa dra Ângela Mathylde Soares
Professora, Pedagoga, Psicopedagoga, Psicanalista, com titulação D.H.C. em Educação /USA; Mestre e doutora em estudos psicanalíticos (RJ); Doutora em Neurociências (USA); Pós doutora em Neurociências (USA); Idealizadora do Programa PPAI _ Programa Multidisciplinar de Avaliação e Intervenção.
Professora da PUC Minas; CEO da clínica Aprendizagem e Companhia-Saúde integral e Instituto. Profa. e Coordenadora científica da Faculdade Plus na região sudeste; Conselheira Nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP); Presidente do Congresso Internacional Brain Connection Brasil; Diretora do Grupo de Investigação Clínica em Saúde e Educação da União Europeia /G3TES; Vice-diretora acadêmica da Associação Mineira de Psicanálise (AMAP); Escritora da editora Pearson, Artesã, WAK, Autora de artigos e textos científicos em diversas revistas. Ganhadora de vários prêmios Profissional de Expressão e de destaque em 2009 até 2020 Reconhecimento Europeu PROFI CONCEPT – Professora Honorária. Palestrante no Brasil e no exterior.
Fabiano de Abreu Rodrigues
Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University; Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio, Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal; Três Pós-Graduações em neurociência; cognitiva, infantil, aprendizagem, Pós-Graduação em psicologia existencial e antropologia, todas pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard, neurociência geral em Harvard; Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.
Neurocientista, Neuropsicólogo, Psicólogo, Psicanalista, Jornalista e Filósofo.
Integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT30079. E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com
*Foto de capa meramente ilustrativa:primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Boris Johnson, segura um frasco da vacina candidata Covid-19 da vacina Oxford/ Paul Ellis / PA via AP.
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com
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