É tão bom haver pessoas que nos amam, que gostam de nossa companhia, que sentem prazer em estar ao nosso lado, sem cobranças, sem falsidade. Os relacionamentos pessoais são imprescindíveis ao nosso bem estar, pois, muitas vezes, estar sozinho nos impede de enxergar o mundo sob outro viés que não o nosso. Ter alguém com quem compartilhar alegrias e tristezas nos ajuda a enfrentar a vida lá fora com mais segurança.

Porém, ninguém mais do que nós mesmos é capaz de conseguir nos afastar daquilo que está fazendo mal, de tudo o que machuca e nos impede de ser feliz. Temos que nos bastar primeiramente, para que então consigamos abraçar o outro com equilíbrio e verdade. Temos que saber rir sozinhos, para podermos então rir a dois. Caso ainda estejamos inseguros, estaremos vulneráveis a deixar qualquer um entrar em nossos jardins.

Por isso é que nossas conquistas devem ser alcançadas a partir do que realmente somos e possuímos dentro de nós, ou seja, temos que atrair as pessoas por meio do nosso melhor, daquilo que nos define e sustenta nossas verdades. O outro deve nos enxergar como alguém seguro de si, que sabe o que quer, que necessita de troca, de reciprocidade. Caso contrário, quem se aproximar de nós poderá tão somente estar procurando alguém mais fraco e que possa moldar a seu bel-prazer.

Precisamos evitar chamar a atenção dos outros através de nossas fraquezas, por dó delas, pois, apesar de elas fazerem parte de quem somos, somente nós próprios poderemos usá-las em nosso favor, superando-as. Muitas pessoas, infelizmente, farão mau uso de nossas inseguranças, fazendo com que elas se voltem contra nós mesmos, pois não pensam em ninguém, não ajudam ninguém, tampouco conseguem se relacionar com reciprocidade, ou seja, apenas sugam, sem doar nada de volta.

Daí a importância de aprendermos a gostar de tudo o que temos dentro de nós, valorizando-nos, tornando-nos cada vez mais seguros, com amor-próprio e autoestima elevada. Somente assim poderemos ter a certeza de que traremos para nossas vidas alguém que nos ame assim como somos, com ida e volta. Afinal, pena nós temos de quem necessita de ajuda, de caridade, ao passo que o amor preenche o que já temos, transbordando nossos sentimentos mais verdadeiros.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.