De nada adianta eu me afastar de quem me feriu. De não atender mais os telefonemas ou bloquear nas redes sociais. Poderia até agir como se a pessoa não existisse ou dizer que é passado.
Posso rir com ironia e lembrar como um grande erro e até chamá-la de defunto, mas enquanto o coração não se cura, ainda não esqueci. Enquanto a mágoa é latente, ainda há algum resquício de sentimento.
Se deito na cama e a saudade aperta. Do abraço, do beijo. É porque ainda estamos ligados.
Então, tudo relembra.
E ainda é estranho ir a determinados lugares sem sua companhia, assistir nossa série favorita sem fazer conchinha, encontrar amigos em comum sem você ao meu lado, comer naquela lancheria preferida, sozinho.
É angustiante chegar em casa e não ter para quem ligar. Conferir o WhatsApp sem nenhuma mensagem nova de quem todos os dias fazia meu celular apitar. E quando me perguntam sobre meu relacionamento, o sorriso sem graça que vela a irritação responde que acabou.
Mesmo que seja por costume, quando ainda sinto falta, é porque estou ligado emocionalmente a quem gostaria que fosse apagado da minha memória.
Mas não dá.
Não é assim.
Então, mais do que perdoar a quem me feriu, devo perdoar a mim mesmo pela minha ingenuidade, por toda esperança que tive, também pelos meus tropeços ou descuidos.
Pelas ilusões que criei em mim ou nos outros. Passar a olhar o que foi vivido como experiência de vida.
Aprendizado.
Considerar os momentos bons, relevar o que foi sofrimento. E principalmente, entender o quanto a relação me amadureceu.
É exatamente quando conseguimos avaliar com maturidade a relação vivida que começamos a resgatar a alegria que a dor do amor um dia nos tirou.
Quando se consegue olhar para o que passou e o coração não sofre mais é sinal de que tudo foi superado porque somente o sentimento é capaz de desestabilizar a emoção.
A partir daí, a gente fala de quem passou por nossas vidas sem rancor.
Sem se colocar no papel da vítima ou desejando que a pessoa pague pelo que nos fez sofrer.
A gente relembra dos melhores momentos com carinho, das alegrias e diversões com sorrisos, como também de tudo aquilo que nos juntou no início e se sente grato pelo que de bom foi vivido.
Afinal, por trás de tudo que é bonito, sempre haverá algum tipo de dor.
Quando a gente não vê mais um amor do passado como o vilão de alguma história de nossas vidas é porque nós, finalmente, viramos o mocinho da nossa própria história.
Aquele que consegue olhar para todo caminho percorrido com sobriedade, entender suas responsabilidades sobre si, sobre os outros e segue adiante sem deixar o passado pesar na alma, como também, sem esquecer as lições aprendidas.
Porque o tempo, na verdade, não apaga nossas dores, mas nos ensina a conviver com o que passou. É assim que nossas almas se enobrecem.
E, então, a gente reencontra a(o) ex.
Sente uma saudade nostálgica.
Conversa amenidades, pergunta sobre algumas pessoas que não vê há muito tempo.
Conta sobre alguns feitos, ouve outros.
Despede-se feliz com o encontro e se vai já sem sentir amor, nem dor, apenas com um leve sorriso nos rosto desejando que esse amor que passou seja muito feliz aonde ele for.
Todo Comportamento Reflete uma Condição: Saber Distinguir Pode Oferecer Soluções para a Remodelação Pessoal A…
Exposição de Crianças Superdotadas nas redes sociais é excessivamente superior no Brasil do que em…
Halloween: Como o nosso cérebro interpreta o medo? Os sustos e o medo são processos…
Dia do Professor: Profissional que criou método inovador explica o que deve ser transformado na…
Baixa motivação diurna: como metas diárias podem ser a chave para regular o humor e…
A Complexa Relação entre Psicopatia e Inteligência: Reflexões a partir da Neurociência e da Ficção…