Estamos na era da selfie, na era do usuário de rede social, na era da identidade virtual. Temos que ser duas pessoas, enquanto ser real e ser virtual que se fundem e se completam.
Hoje em dia já está extremamente difícil dissociar um do outro, uma vez que, o nosso “eu virtual” é uma realidade concreta.
Exatamente por ter existido uma mudança grande de paradigmas e realidades, a educação está defasada, seja ela a dos pais, seja ela do governo ou das instituições particulares.
O tempo é outro e as adaptações têm de ser feitas, hoje mais do que nunca já que a mudança é quase diária.
O mundo corre a uma velocidade como nunca experienciamos na nossa existência humana. Temos que educar as crianças como personas, indivíduos únicos, direcionados. A cada um urge um papel a cumprir, distinto, de cunho pessoal.
Há, hoje em dia, mais do que em qualquer período histórico a possibilidade de criarmos ciclos de educação individualizada com base em todo o potencial tecnológico.
Essa tecnologia deve ser vista como uma aliada e não como algo a rebater.
Nós somos, hoje em dia, também produto da tecnologia que usamos e consumimos.
Em última análise o Homem molda-se a si mesmo através daquilo que cria. E a educação deve ser moldada de forma diferente daquela que estamos habituados até então.
Os alunos devem deixar de ser vistos como um todo, como uma massa homogênea que se comporta e pensa da mesma forma.
A hora é de mudança.
As particularidades de cada aluno se devem sobrepor a um todo composto pelo aglomerado.
O aluno, o ser que está diante de nós deve ser visto nas suas particularidades, deve ser motivado a desenvolver as suas capacidades, as áreas de seu interesse e onde é particularmente notável.
O ensino deve ser feito com ritmo próprio explorando o melhor de cada um e só dessa forma conseguimos tirar o máximo partido de todos os recursos de que dispomos.
Todos têm um papel nesta alteração, desde os pais aos professores, passando pelas instâncias governativas. Esse esforço deve ser conjunto para que de fato resulte.
O desenvolvimento educacional (do indivíduo e da colectividade) passa por uma capacidade ampla de pensar, encontrar soluções e produzir.
A nossa sociedade seria muito mais avançada e faria face a muitas problemáticas se tivéssemos mentes a pensar de forma diferenciada.
A formatação não trás nada de positivo, a formatação não trás inovação.
Os resultados aparecem com muito mais frequência se for dada a oportunidade de explorar, experimentar e tentar novos caminhos e formas.
O indivíduo deve ser tratado exatamente assim, de forma especial por ser único.
Cada um de nós tem algo a acrescentar, uma ideia única, um pensamento único, uma solução, uma forma diferente de apresentar sobre outro prisma uma mesma ideia.
Dar oportunidade a uma discussão, a uma partilha levar-nos além, mais longe.
O papel educacional é e deve ser esse, dar bases, ensinar a pensar e não ensinar o que pensar, deve dar base e sustento para que se possa crescer dentro da sua individualidade mas de forma forte e segura.
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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