“eu fiz tudo por ele”
Normalmente, quando entramos em um relacionamento, o que acontece? Nos dedicamos inteiramente a ele. É assim que somos, é assim que sabemos fazer as coisas. Não de forma pequena, não pela metade, não como se fosse pouco e banal, e sim, como sendo a coisa mais importante da nossa vida. Daí entra sutilmente o erro que a maioria de nós cometemos ao nos dedicarmos 100% a um relacionamento e 0% a nós mesmas.
Todos os dias ouço mulheres me dizerem frases do tipo: “eu fiz tudo por ele”, “eu me mudei por aquela pessoa”, “eu abri mão da minha vida para viver a vida dele” e todas, hoje, na miséria de amor, pois se viram sem nada, no fim. Deram-se tanto e receberam tão pouco que quando tudo chegou ao final, nada lhes restou, nem mesmo o que elas eram.
Então, me pergunto: será que fizemos certo? Ou será que fizemos errado em amar demais alguém e esquecer que é preciso que nos amemos também?
Existirão pessoas que dirão que fizeram certo sim, afinal, um relacionamento é para ser vivido intensamente e é claro que faria tudo para que ele desse certo e que isso custe inclusive, a própria identidade. Não é lindo? Não. Não tem absolutamente nada de lindo nessa história! Como assim você dedicar anos da sua vida a outra pessoa e esquecer que você tem anseios, desejos, vontades, sonhos? Dizer que fez tudo pelo outro e que merecia pelo menos mais gratidão é ilusão, sabe por que? Porque as pessoas não se importam se você abre mão da sua vida pra viver a vida delas, pelo contrário, elas se acostumam! É fácil demais viver ao lado de alguém que não tem uma vida própria, é confortável demais, porém, completamente sem valor. As pessoas não dão valor a quem vive por elas, quem faz tudo por elas a qualquer hora e em qualquer lugar! Eu tenho hoje um compromisso com minhas amigas que marquei há semanas e o meu “amorzinho” chega e me diz que quer comer lasanha. Sim, lasanha. Naquele dia. Naquela noite. Não tenho nada preparado, mas eu logo dou um jeito de ir ao supermercado, comprar os ingredientes e fazer a danada da lasanha para o traste. Depois da lasanha, já atrasada, ele diz que vai sair e que não pode ficar com as crianças. O que você diz? “Tudo bem, amor”. E telefona para as amigas desmarcando.
Vou deixar um espaço aqui vazio para você refletir, porque sei que irão aparecer algumas mulheres em situações bem parecidas…
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Voltemos então? Deixa eu concluir a coisa toda deste artigo.
Quando o relacionamento ao qual você se esforçou pra que fosse perfeito acaba, quando você descobre que foi trocada por uma outra mulher completamente indisponível e que mesmo assim o cretino corria atrás dela, quando você recebe um pedido de separação e ouve a palavrinha “acabou”, é aí que a sua ficha cai.
Cai porque você percebe que todo o esforço que fez não lhe deu o resultado almejado. Cai porque lembra que cada compromisso seu adiado, suas idas à academia, seu passeio com as amigas, os livros que queria ler e todos os cursos que não fez, não adiantaram NADA. Foi como se tivesse apagado uma parte da sua vida onde você acordou pela manhã em prol do outro, passou o dia pensando no outro e dormiu também por ele. Tudo que fez foi pelo seu parceiro e nada, nadinha, por você.
“Deu ruim”, amiga! Você falhou seriamente. Não foi ele não, viu? Mesmo que o cachorro tenha te traído, te dito palavras horríveis, te humilhado… ele não é o maior culpado nessa história toda. Infelizmente, tenho de dizer que você é culpada. Sim, você que aceitou tudo que ele pedia, que abriu mão de você, que não deixou que ele soubesse que não era feliz, porque você só queria que ele fosse feliz. Mas daí, você descobre, que ele também não era feliz. Deu tudo errado.
A gente faz isso mesmo. Faz tudo pelo outro e nem pensa que deveríamos ter feito por nós. Se tivéssemos pensado mais em como um relacionamento seria lindo e saudável se as duas partes fossem iguais, se cada qual fizesse seu esforço, se você também tivesse sua vida, sua rotina, seus momentos… Seria sim, perfeito.
Muitas vezes, precisamos sair de um relacionamento de uma forma ruim para percebermos onde era que estávamos errando. Só com a dor latejando dentro da gente é que conseguimos compreender o quanto fomos tolas, o quanto erramos pensando que estávamos acertando. Mas o bom disso tudo é que sempre haverá um amanhã e que sempre aprenderemos com nossos erros.
Aprenda, minha amiga, sobre a importância de se amar primeiro antes de amar outra pessoa. A importância de saber ceder em alguns momentos, mas não ser escrava de uma relação. Duas pessoas com vidas saudáveis é igual um relacionamento saudável, duradouro e feliz.