Eu estou cansada de que as pessoas me digam o que eu tenho que fazer ou, o que é pior, que se atrevam a me dizer se estou certa ou errada, como fazer melhor ou como não deveria fazer. A partir de agora, vou me permitir o que eu preciso, sem esperar pela permissão de ninguém.
Acredito que é muito construtivo quando uma pessoa próxima me aconselha quando estou precisando de ajuda. Ou, por exemplo, que me dê a sua opinião, desde que não procure me magoar. No entanto, eu não vou deixar ninguém me julgar e nem decidir como eu devo viver a minha vida, especialmente se não sabe nada sobre mim.
A autonomia não pode ser negada
É muito fácil questionar os outros, porque cada pessoa tem uma forma única de se comportar e uma personalidade própria. Na verdade, se alguém já lhe disse que você é especial, ele não está enganado. Você é especial em sua maneira particular de ver o mundo e estar nele.
“O respeito pela autonomia e dignidade de cada um é um imperativo ético, e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”.
-Paulo Freire-
Eu tenho o meu próprio gosto, minhas experiências pessoais, a minha hierarquia íntima de valores que não é melhor ou pior do que ninguém. Ninguém sabe melhor do que eu tudo o que vivi, o que me faz pensar assim e não de outra forma, ou como você pode me fazer sentir mal quando me critica por diversão.
Além disso, ninguém pode negar a minha autonomia porque temos o direito de ser livres, contanto que respeitemos os outros. Com respeito, conseguiremos manter todos os relacionamentos: precisamos ter consideração e tolerância pelas decisões dos outros.
Em outras palavras, compartilho a minha vida com as pessoas de quem gosto e que gostam de mim exatamente como sou; e isto é algo que não vou mudar. Quem me ama sabe do que preciso e não questiona as minhas opções, porque eu não preciso que entendam os meus motivos, preciso de carinho e respeito.
O preço de tentar
É claro que posso errar nas minhas decisões diárias, mas nós nascemos com a possibilidade de errar e com a humildade de aprender com os erros. Digamos que eu queira “pagar o preço” de tentar algo e não ficar “só na vontade” porque outra pessoa não acha isto correto.
Finalmente percebi que a palavra decisiva para explorar o mundo é minha. Se eu quero tentar, eu sou livre para fazê-lo. Ou seja, mesmo que isso me machuque ou me marque para sempre, eu quero ser a única responsável por isso.
“As feridas emocionais são o preço que todos nós temos que pagar para sermos independentes”.
-Haruki Murakami-
Se eu não fizer e me deixar levar pelos outros, posso não me magoar, mas ficará o arrependimento por não ter tentado. Todos os dias me lamentaria por não ter tido a coragem de defender os meus interesses e lutar por eles.
Amanhã, só eu me lembrarei do que fiz com a minha vida
Por isso, lute pelos seus valores, pelos seus sonhos e pelas suas ideias. Encontre uma maneira de não se incomodar com as críticas ou julgamentos, já que eles não lhe trarão qualquer benefício. Definitivamente, é a única maneira de dar sentido a tudo o que fazemos e agir de acordo com o que acreditamos.
É verdade que, neste momento, quando alguém “se mete onde não é chamado”, nos magoa. Mas no futuro, somente nós mesmos nos lembraremos das consequências das nossas ações. A outra pessoa dará a sua opinião, julgará e esquecerá.
Não temos tempo suficiente para perder fazendo algo que não queremos por medo do que as pessoas vão dizer. Não temos tempo suficiente para nos sentirmos mal porque alguém não aceita as nossas decisões. Em suma, não há tempo para não buscarmos o que precisamos e nos darmos a oportunidade de viver ao máximo.
“O momento certo para começar não é amanhã ou na próxima semana, mas agora”.
-Arnold Joseph Toynbee-