Psicologia e Comportamento

Eu não quero um príncipe encantado

Contos de fadas nunca me arrancaram suspiros. Talvez porque nunca acreditei neles. Por muito tempo, levei fama de coração de pedra e evitei falar de amores e relacionamentos. Por um bom tempo, eu fingi estar tudo bem, e algumas vezes eu realmente estava, mesmo não acreditando. Já fui rotulada como a “garota grossa” que não demonstra o que sente, quando, na verdade, sinto até demais.

Eu não quero um príncipe encantado. Eu quero alguém que goste da realidade tanto quanto eu. Que assuma as suas responsabilidades e que não prometa ficar, se na verdade pretende partir a qualquer momento.

Eu só quero alguém que assuma o que sente e que não me traga desculpas. Eu não quero um príncipe encantado porque isso me soa como previsível demais e, sinceramente, eu gosto mesmo é de gente que se reinventa e que não tenha medo de recomeços.

Eu dispenso as aparências que não refletem uma alma bonita, quem é covarde para amar e quem deseja me oferecer metade. Dispenso quem não pretende ficar e quem usa da indiferença ao invés do diálogo. Quem insiste em machucar. Eu quero alguém que não dê as costas para a minha dor e, mesmo tudo sendo vendaval, decida ficar; quem esbarre com outros risos, mas que ainda assim decida pousar no meu.

Não precisa chegar com um buquê de rosas, montado em um cavalo branco, esbanjando charme como nos filmes que vemos por aí. Pode me levar para tomar um café e comer aquela coxinha de padaria de que eu tanto gosto. Não precisa vir montado num cavalo, só precisa vir carregado de coragem, só precisa não ter medo de amar.

Não precisa jurar amor eterno, só precisa me escolher todos os dias, mesmo quando eu não merecer ser a sua escolha. Entender que a minha TPM me deixa insuportável e isso não tem nada a ver com você. O que as pessoas não conseguem entender é que não desejo me abrigar em qualquer abraço ou me envolver com alguém por tentativa. Não desejo alguém para calar a solidão ou para preencher algum vazio. Eu só quero uma companhia leve, alguém que some e não suma. Eu quero alguém que incentive os meus planos, que não esteja comigo por meras aparências e que contemple aquilo que os olhos não podem ver: a minha alma bonita.

Eu não quero um alguém idealizado, nem sonhado; longe de ser o príncipe encantado, eu só quero alguém encantado o suficiente para ser o meu príncipe. E, embora isso possa soar como semelhante, só quem vê para além, só quem decifra o amor nas entrelinhas é que percebe a discrepância gritante entre querer alguém idealizado e querer alguém para somar, até porque, quando esperamos aquilo que não existe, frustramo-nos e, no somatório dessa história, quem sai perdendo é quem deixa escapar o que é nobre e sincero, só porque ele não se encaixa nos seus “padrões.”.

Resiliência Humana

Bem-estar, Autoconhecimento e Terapia

Recent Posts

Todo Comportamento Reflete uma Condição: Saber Distinguir Pode Oferecer Soluções para a Remodelação Pessoal

Todo Comportamento Reflete uma Condição: Saber Distinguir Pode Oferecer Soluções para a Remodelação Pessoal A…

5 dias ago

Exposição de Crianças Superdotadas nas redes sociais é excessivamente superior no Brasil do que em outros países.

Exposição de Crianças Superdotadas nas redes sociais é excessivamente superior no Brasil do que em…

2 semanas ago

Halloween: Como o nosso cérebro interpreta o medo?

Halloween: Como o nosso cérebro interpreta o medo? Os sustos e o medo são processos…

3 semanas ago

Dia do Professor: Profissional que criou método inovador explica o que deve ser transformado na educação

Dia do Professor: Profissional que criou método inovador explica o que deve ser transformado na…

1 mês ago

Baixa motivação diurna: como metas diárias podem ser a chave para regular o humor e a motivação

Baixa motivação diurna: como metas diárias podem ser a chave para regular o humor e…

1 mês ago

Série Mindhunter: Relação entre Psicopatia e Inteligência

A Complexa Relação entre Psicopatia e Inteligência: Reflexões a partir da Neurociência e da Ficção…

2 meses ago