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Eu não te perdi, me livrei.

Da última vez que a gente se encontrou, você sequer olhou no meu rosto, a cada minuto tirava o celular do bolso, tentando fugir de mim. Da última vez que a gente se viu, você nem percebeu que mudei o cabelo, não perguntou como estava a minha vida, sequer se interessou em saber se você fazia falta dentro dela. Da ultima vez que a gente se esbarrou, você parecia frio, evitou puxar assunto, aparentemente estava bem sem mim.

Soube que você tinha ficado com alguém, finalmente estava aberto para conhecer novas pessoas. Enquanto eu estava aqui, esperando esse tempo todo que você me dissesse que queria tentar mais uma vez, esperando que você se me fizesse enxergar que dessa vez, valeria a pena.

Doeu ver que você tinha dado o primeiro passo e eu tinha ficado pra trás, doeu te ver partindo porque eu ainda acreditava que a gente tinha muita coisa pra caminhar juntos. Doeu ver que você estava feliz sem mim e que, na verdade, você nunca compreendeu toda aquela saudade que eu sentia de você.

Eu ainda pensava em você, cara. Eu ainda acordava esperando por uma mensagem tua, dormia pedindo que o você acordasse e me chamasse pra falar da gente, mas você já tinha desistido de tudo, não era? Foi uma tortura pra mim saber que você estava ficando com outras pessoas, caminhando de mãos dadas por aí, sorrindo a berça e voltando pra casa sem sequer pensar em mim. Enquanto tudo que eu consegui foi me fechar pra todo mundo até que a ferida que você deixou cicatrizasse de vez.

Eu precisei passar por tudo isso pra finalmente entender que o meu mundo não deveria girar em torno de você. Eu precisei chorar sozinha pra entender que você não merecia mais nenhuma lágrima de mim. Eu tive que suportar a saudade e a falta que você me fez pra só assim saber que saudade boa não dói, e sentir falta de alguém que escolheu ir embora não vale a pena. Eu tive que aguentar o vazio que ficou pra aprender como decorar sozinha esses espaços com pedaços de mim mesma.

Eu te agradeço, cara. De verdade, obrigada por toda infelicidade que você me causou, por toda decepção que você se tornou, e por todas aquelas promessas que você me fez e foi incapaz de realizar. Obrigada por toda dor que você me trouxe. Só posso te dizer que o amor que eu sentir por você foi real, e mesmo que no final de tudo tenha doído em mim, uma coisa eu aprendi com tudo isso, que eu não te perdi, me livrei.

Iandê Albuquerque

Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .

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