Quem já amou na vida sabe como é. Sabe que os olhos brilham, dá aquele calafrio gostoso e, muitas vezes, a gente nem consegue falar de tanta emoção. Sabe o quanto tudo é lindo, perfeito, marcante, no início. Sabe das besteiras que já fez por amor, sabe das coisas que abriu mão ou perdeu por causa desse sentimento e das vezes que se anulou por sentir que era preciso ser assim para que tivesse sempre aquela pessoa do lado.
Mas, um dia, as coisas começam a mudar e o relacionamento, o convívio fica difícil, quase insuportável! Você até tenta levar numa boa por um tempo, mas ambos parecem que se tornaram completamente incompatíveis e se alguém não pular fora agora, tornar-se-ão inimigos ferozes no futuro.
É nesse instante que você pensa: “O que devo fazer? Devo me manter neste relacionamento confuso, doentio, que só me faz mal, por amor? Onde mora o limite do possível, do permitido e suportável?”
Então, você respira fundo, pensa, pensa de novo e muitas vezes mais. Olha para o lado, pensa em desistir, e mais uma obra bem arquitetada e perturbadora do parceiro o faz ter certeza de que ali não dá mais para ficar. Então, você vai embora, mesmo sentindo amor, mesmo querendo muito aquela pessoa, ainda assim, você decide ir.
Muita gente me pergunta se fez errado. Outros julgam quem se afasta de um relacionamento amando. Dizem que deveriam tentar mais, já que havia amor. Então, eu pergunto: tentar até quando?
Cada um sabe do seu limite. Cada um conhece sua própria luta, seu interior e o quanto cada briga e desentendimento machucam.
Muitas vezes, esses desentendimentos viram agressões, que viram fins piores.
Você não deixou de amar, mas precisou ir. Precisou ir porque entendeu que, se ficasse, sofreria e teria uma vida infeliz e, cá para nós, por que ser infeliz?
Desde quando nos ensinaram que amar é aceitar o que não se pode aceitar em um convívio e viver na infelicidade por toda a eternidade?
Pessoas que amam demais ficam. Pessoas que SE amam entendem que já deu e vão embora.
Não creio que tenha feito errado ao partir, ao deixar um relacionamento, mesmo amando muito a pessoa.
Alguns gênios não combinam, não se misturam, feito água e óleo. Você poderá insistir uma vida inteira e ainda vai perceber que seria impossível praticar aquele amor. Só sentir. Praticar, estar junto, viver junto, pode ser inviável. Ou seja, eu posso amar muito alguém, mas não conseguir viver com ele. Posso amá-lo e não concordar com suas ideias, atitudes, palavras e confusões.
Mesmo que o amor suporte tudo, releve muita coisa, há coisas que não há como relevar. Quem já viveu o pior dos relacionamentos vai concordar comigo.
Posso não ter sangue frio para viver assim e faço logo uma escolha: eu ou o outro.
E daí que optamos por nós. E saímos leves, sem o peso de não ter tentado, de não ter se dedicado, mas como alguém que sabia que aquilo poderia ficar muito pior, se ambos não se afastassem.
Entendam, não digo a respeito de terceiros que dificultam uma relação bem ao estilo Romeu e Julieta. Digo quando duas pessoas adultas não conseguem mais viver juntas e escolhem se separar, mesmo se amando.
Nem sempre as escolhas são fáceis e, para falar a verdade, com exceção de escolhas tipo “aquela calça jeans ou a de sarja, sorvete de baunilha ou chocolate, catchup ou mostarda”, a maioria delas são osso duro de roer.
Entretanto, você não precisa suportar aquilo que uma pessoa, em sã consciência, jamais suportaria.
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