Existem pessoas que olham para as outras e não as enxergam

Ver o que está por fora não é conseguir enxergar direito uma pessoa em seus vários outros aspectos.

Uma roupa não define ninguém. Uma marca não mostra quem a pessoa realmente é. A maquiagem e o sorriso social escondem, e tentam disfarçar o que realmente a pessoa está sentindo, mas não revelam nada.

Existe um apelo social para que todos escondam o que realmente sentem.

Na sociedade de produção, mecanicista, todos prezam a função, a produção. Parece que ninguém está interessado em saber o que você realmente sente, quem você é. Todos nós somos adestrados a responder a qualquer pergunta, com o mesmo: Está tudo bem! (Mesmo que não esteja).

O que a sociedade preza e se interessa é o quanto você consegue produzir, fazer.

E vamos vivendo também em todas as relações desta forma, distantes, não olhando para o outro, mesmo estando frente a frente com ele e não conseguindo enxergá-lo, não sabendo quem ele é, não conseguindo perceber seu real valor, não enxergando o significado real das pessoas em nossa vida.
Ficamos distantes, com todas as barreiras que nos ensinam a colocar, muralhas.

Não nos mostramos o suficiente para ninguém, ensinaram-nos que o melhor é ser superficial. E também não nos interessamos por permitir que os outros se mostrem, tudo isso é visto com muito medo, como se isso fosse errado, feio, ruim.

Vivemos ao contrário da nossa humanidade. Tudo que é humano em nós, ensinam-nos que não é bom revelar, mostrar. Que a nossa verdadeira essência precisa ficar sufocada a qualquer custo, e o que importa é somente a aparência.

Com isso, abafamos tudo que é essencial e o que é mais profundo e verdadeiro em nós.

Ensinaram-nos a sermos robôs.

Somos humanos! Não somos robôs.

É claro que se mantermos esta postura ao longo dos meses, anos, por toda vida, adoeceremos no sofrimento, nas tristezas e nas angústias que isso traz.

Por isso, temos um aglomerado de pessoas em um sistema social totalmente adoecido, com patologias que crescem, doenças psicossomáticas que aumentam, doenças autoimunes etc.

As pessoas precisam cada vez mais de remédios para dormirem, para acordarem, para produzirem mais e mais …

As pessoas precisam de muitas farmácias.

E a vida?

Ninguém consegue viver. Ninguém consegue ser feliz, ninguém consegue “Ser” de verdade!

Criamos um mundo doente, e agora ele está nos engolindo.

É preciso acreditar que algo muito especial e único existe dentro de você. É importante conseguir olhar de verdade para dentro.

É importante desacreditar de tantas fórmulas falsas sobre viver, sobre ser perfeito, produtivo, incansável, sobre-humano.

É importante ouvir suas emoções, seus sentimentos, é importante se escutar.

É importante querer ver o outro como realmente é, sem nenhuma falsa imagem, sem os disfarces sociais. Conseguir lidar com todos os aspectos nossos e dos outros.

Entender de gente, da espécie humana, mais do que entender de máquinas, sistemas…

Suavizar, encontrar-se de verdade com você, observar suas reais necessidades, para não adoecer.

Ter um olhar mais atento para a vida que importa, para o que realmente faça sentido, para o que realmente traz alguma alegria ao coração, a alma…

Acreditar que por aqui tudo é ilusão.

Nada compra a paz, a felicidade, o amor, o afeto, a vida.

E que esses são os reais artigos de luxo.

Vamos viver de verdade e não apenas sobreviver.

*Texto de Patrícia Tavares. Foto de Taylor no Unsplash

“Aqueles que nos olham e não nos enxergam, não nos merecem. E insistir na dor de tentar agradar, de tentar convencer, é desgastante, humilhante, e adoece a gente.” Iara Fonseca

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Sou Psicóloga e Reikiana nível 2, trabalho há 19 anos em consultório com psicoterapia, hipnose clínica. Já trabalhei em hospital, núcleo de violência da mulher. Acredito na vida, no amor, nos bons sentimentos, no perdão, na beleza da alma, na superação, no ressignificar, na humanidade. Adoro escrever e falar sobre sentimentos, superações, motivar pessoas, conseguir promover o melhor, despertar o que possa ser maravilhoso em cada um de nós e libertar pessoas de suas prisões emocionais, com uma nova e especial forma de viver, independente dos acontecimentos da vida.