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Fazer o bem é uma maneira inteligente de buscar o bem estar próprio!

Fazer o bem é uma maneira inteligente de buscar o bem estar próprio!

Algumas pessoas que se fazem de humanas são desumanas. Se fazer é uma estratégia para esconder o seu verdadeiro EU desumano.

A maior parte de nós não possui a total consciência sobre si mesmo.

Os motivos para não se aprofundar no nosso “verdadeiro eu” são diversos.

Muitas vezes, por preguiça ou falta de interesse, os acontecimentos da vida nos levam a esconder como somos por dentro, influências, crenças (e não falo apenas das religiosas), e a superficialidade com que nos olhamos, nos fazem criar um personagem para o mundo que não se assemelha ao que realmente somos e sentimos.

Há um medo intrínseco e real de descobrir em nós mesmos aspectos que desprezamos ou dos quais nos envergonhamos.

O nosso cognitivo, de uma forma mais ou menos aprofundada nos ajuda a diferenciar o caminho certo do errado. Na maioria das vezes, isso acontece quando as nossas atitudes ou ações são errôneas, e são executadas dentro dessa consciência.

Nós sabemos que estamos a enveredar por um caminho que não é o correto mas a vontade e o desejo de atingir um objetivo faz com que negligenciemos esse fato.

Ter consciência de que as mesmas mãos que criam são as mesmas que destroem dá-nos uma percepção real do ser humano.

Contudo, há pessoas que tendencialmente são mais empáticas, propícias a praticar o bem de uma forma real e inata.

Fazer o bem tão natural da sua personalidade que suas intenções sempre estão alinhadas às suas ações.

Essas pessoas fazem o bem sem olhar a quem e sem precisar de valorização externa.

A própria ação é o veículo da satisfação pessoal e não necessitam do reconhecimento do outro para se sentirem melhor. A sensação de bem estar vem da sua própria natureza.

Porém, algumas pessoas fingem ser quem não são para angariar benefícios próprios advindos do reconhecimento de sua ação benfeitora. Ao passo que, quanto mais se alimentam da vaidade, mais precisam desse alimento que não às satisfazem nunca.

Fazer o bem deve sempre estar desassociado da vaidade e isso pode ser trabalhado dentro de nós ao longo da vida.

Há quem de forma inteligente perceba o quanto se colocar a serviço do bem é necessário para se obter um retorno positivo para si mesmo então, cognitivamente acabam por fixar essa atitude no inconsciente.

Existem momentos em que a humanidade precisa da ajuda de todos os seres humanos, como esse que vivemos durante a pandemia. Pessoas que desenvolveram personalidades nocivas se aproveitam da crise e vestem a mascara da bondade.

As boas ações servem para disfarçar nuances da personalidade que não são gratas. Quase como um pedido de perdão, uma compensação moral.

Essas pessoas acreditam que o mal pode ser apagado pelo bem. Elas colocam as suas ações numa balança e as tentam equilibrar.

Se a sua consciência está pesada pois prejudicou alguém, tentará compensar com uma ação positiva oferecida a outro ser humano, e dessa forma, vai tentando balancear o seu eu interior, atormentado e necessitado do próprio perdão.

E vai usando o humanismo como um meio compensatório para outras atitudes que reprova consciente ou inconscientemente.

Muitas vezes o humanismo vem como cura a um ser não tão humano assim.

Já ouviu falar na frase; Quando a esmola é demais o santo desconfia? Eu gosto desses provérbios pois foram construídos por filósofos da história que utilizaram a sensibilidade e a criatividade numa realidade racional.

Quando vejo um político a se fazer de humano eu penso, quer voto!

Quando vejo alguém se fazendo de humano eu penso; será que quer voto? Sim, pessoas podem querer voto também; voto de credibilidade, aceitação, notoriedade e evidência.

Claro que para todo caso há suas exceções e não podemos generalizar mas, como sempre gosto de dizer, contra provas não há argumentos e são as estatísticas e a história que refletem um percentual mais acertado das probabilidades.

O ser humano tem uma natureza desumana mas, em última instância, não é nossa culpa, é culpa da nossa história e da nossas raízes ancestrais.

Nossos antepassados já passaram fome, vivenciaram guerras, pandemias, epidemias, tiveram que carregar pesos bem maiores que nós e buscaram sobreviver todo o tempo.

O egoísmo era extremamente necessário como fator de sobrevivência, pensar em si primeiro e no outro só depois, era normal e essencial, essa mentalidade os salvou dos predadores, da escassez de alimentos, e dos poucos recursos que existiam.

No entanto, a espécie humana evoluiu, muitas opções temos agora, tecnologias nos auxiliam e facilitam a nossa vida diária, diálogos encontram, mais facilmente, entendimento entre as partes discordantes, a violência, a ganancia, o egoísmo, não deveriam ser mais o foco da nossa sociedade, mas vemos essas qualidades negativas fortemente emaranhadas em nossa vida cotidiana, reflexo do cérebro reptiliano que ainda nos acompanha.

Mesmo com o egoísmo entranhado em nós, devemos despertar para o fato de que fazer o bem é uma maneira inteligente de buscar o bem estar próprio!

Muitas pessoas ainda não conseguem fazer o bem sem que recebam algum reconhecimento. Outras pessoas nem sequer tentam fazer o bem ou porque acreditam não terem recebido nada de ninguém, ou porque pensam que todos devem se virar sozinhos para obterem o mérito de suas ações.

Mas é importante analisar como nos sentimos quando fazemos o bem. E se nos faz bem, mesmo que for por egoísmo, por amor somente a nós e por nossa própria satisfação, devemos fazer.

Após algum tempo, assumindo a obrigação de fazer o bem, mesmo contra a vontade, a nossa personalidade absorverá o novo comportamento como natural, e a nossa consciência manifestará uma satisfação real, que nos manterá e nos alimentará da verdadeira bondade que, pouco a pouco, nascerá em nossos corações.

Faça o bem! Mesmo que for por egoísmo, mesmo que for apenas para se sentir bem e compensar o que outrora você fez de mal à alguém.

*Foto: Reprodução/Série:The Good Place.

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com

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Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.

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