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Gente que sofre de “vamos marcar!”

Se tem algo que me irrita atualmente é a doença que o “vamos marcar!” se tornou.

Porque antes era algo bem inofensivo, meio bobo.

Às vezes uma piada até.

Mas hoje em dia já é uma forma de defesa pra pessoas covardes e indecisas.

Penso que falta sinceridade mesmo.

Não quer? Tudo bem.

Não tá com vontade? Compreensível.

Mas o “vamos marcar” não diz nada disso.

Ele só deixa pra depois algo que pode ou não acontecer.

E mexer com expectativas alheias é algo horrível.
Falta sinceridade aí.

Já percebeu que “vamos marcar” é tipo combinar de combinar alguma coisa?

“Vamos marcar um dia pra marcarmos um dia pra nos vermos”

Acho que dá pra traduzir o “vamos marcar” de várias formas diferentes.

Tem o “vamos marcar” que significa simplesmente “não vamos marcar”.

Tem o que significa “vamos marcar se eu não tiver nada melhor pra fazer”.

Tem também o que significa “vamos marcar quando você me procurar muito até inflar meu ego”.

E tem um, bem popular atualmente, que significa “vamos marcar, mas depois, porque agora vou ficar cozinhando você num plano B aqui”.

Tudo depende do contexto.

O “vamos marcar” raramente significa literalmente “vamos marcar alguma coisa porque quero te ver sim”.

Porque quem quer marcar simplesmente marca logo.

E marca com ansiedade, com vontade e sem empecilhos.

Quem quer marcar sempre dá um jeito, quem não quer sempre dá uma desculpa.

Isso já foi dito e repetido: ninguém é tão ocupado assim.

Ninguém é tão ocupado que só pode responder suas mensagem muito tempo depois.

Ninguém é tão ocupado que não consegue tempo pra te ver.

Porque realmente não existe falta de tempo, existe falta de interesse.

Por isso gosto de gente que não combina, só faz!

Gente que se você fala “vamos?” e ela não vem com “tenho que ver, vou pensar, peraí”, ela só vai!

Gosto de gente que “vamos?” “vamos!”.

A gente precisa de menos “vamos marcar” e mais “quero te ver logo”.

A gente precisa de menos “vamos marcar” e mais “te vejo na sexta”.

Mas tá complicado…

Na próxima vez que ouvir um “vamos marcar” experimenta perguntar se de fato vão marcar algo.

E na próxima vez que você for falar isso, pensa no quanto você odeia que façam contigo.

A sinceridade é libertadora.

Falta gente com coragem, sem joguinhos, sem meio termo.

Porque cada vez mais sobra garoto e falta homem.

E a gente tem que mudar isso.

Hudson baroni

Tem 28 anos e quando for pai será o mais babão do mundo. Diferente da maioria, adora falar em público. Escreve um livro há 5 anos, não quer ser mais um “escritor de coisas melosas”, e escreve aqui sobre relacionamentos como se estivesse dando conselho para amigos, porque está.

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