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Homens que só se relacionam com mulheres MUITO mais novas, se pudessem, viveriam na “Terra do Nunca”.

Homens que vivem a fantasia da Terra do Nunca, não se relacionam de fato, apenas tentam sugar a juventude alheia. Ao perceber que não conseguem voltar no tempo, passam da euforia ao sofrimento em um piscar de olhos.

Alguns homens negam a passagem do tempo e renegam a importância do crescimento emocional. Essa atitude se revela em diversos comportamentos que assumem durante o decorrer da vida.

Nota-se sua inconformidade com o passar dos anos quando na tentativa de iludir a mente e esconder a verdade da idade que possuem, passam plastificar a imagem corporal, e disfarçar o desgaste do tempo, investindo muito tempo e dinheiro na moldura estética.

Contudo, esta situação é ilusória, o tempo não vai parar só porque o corpo e o rosto estão “aparentemente” jovens.

O relógio cronológico e biológico é o mesmo para todos por mais que os tentemos enganar.

Pode-se “negociar” com o tempo o quanto quiser, mas a matéria que nos envolve nunca poderá vencê-lo!

A juventude está a venda para aqueles que possuem capital financeiro suficiente para comprá-la. Botox, preenchimentos, harmonização facial, implante capilar, lentes de contato, clareamento dental, e tantos outros procedimentos, permitem a homens e mulheres retirar ao menos 10 anos na aparência com um débito substancialmente expressivo em suas contas bancárias.

A juventude passa depressa demais. E o passar do tempo parece injusto para quem é tão apegado às aparências!

Enquanto o tempo passa, nem sempre temos o discernimento e a compreensão do que de fato têm a importância e que virará memória, para se transformar em história: a nossa história.

Há quem atravesse o tempo e queira cristalizar uma aparência como se vivêssemos na Terra do Nunca, esse lugar mítico onde poderemos ser eternamente jovens, onde o tempo NUNCA nos tocará e a vitalidade e a juventude serão eternas.

Vivendo nessa realidade paralela onde os jovens são exaltados e os velhos humilhados, muitos “velhos repaginados” procuram a essência da juventude em suas parceiras(os) “verdadeiramente jovens”, para sentirem o gostinho de reviverem na pele delas(es), muitas das histórias que não voltarão jamais.

São homens extremamente inseguros, que não querem assumir o peso da responsabilidade da maturidade em todas as suas formas.

Amadurecer é se responsabilizar, formar um caráter íntegro, e se desenvolver emocionalmente! É exercer sua potência de ser humano.

Querer fugir para a “Terra do Nunca” e mascarar as marcas do tempo ao se relacionar forçadamente com a juventude é negar a si mesmo a possibilidade de se tornar a sua melhor versão.

Aparentar não é ser!

Quando somos inteiros nada precisa ser modificado em nós ou provado aos outros.

Tudo o que se é, é visível aos olhos.

A energia da juventude, o brilho de florescer, a disposição e prontidão física, o tônus muscular, a rapidez dos reflexos não consegue ser plastificada e muito menos enganada apenas porque estamos nos relacionando com alguém muito mais jovem.

Você já foi jovem uma vez, e não o será mais. Aceitar isso é prova de hombridade. O faz de conta jamais será sequer parecido com a verdade.

Um homem maduro quando se apaixona por uma mulher mais jovem se sente desconectado demais para ser feliz! Porque no passar dos anos ele sente que não mais conseguirá acompanhar as vontades infantis da parceira(o) em questão.

O homem “velho imaturo” muitas vezes, busca se relacionar com uma pessoa muito mais jovem para que lhe sobre olhares, para que seus amigos o invejem, para que possa se autoafirmar diante da sociedade.

Mas diante do espelho a imagem que surge é de um homem nostálgico e saudosista, que gostaria de ter alguém para compartilhar momentos do passado; e esse pequeno e simples desejo não pode se realizar de fato.

Será que essa tentativa de reviver algo que não mais lhe pertence vale a pena?

É bom quando se tem alguém para dividir as memórias sendo que ambos estão na mesma sintonia, pois viveram o mesmo cenário e acompanharam as mudanças da passagem do tempo.

Obviamente não têm que ter a mesma idade ou pertencer à mesma geração para “formarem um par” e se amarem.
Mas porque isso efetivamente aconteceu, porque este homem ou esta mulher são parceiros. E o amor em idades diferentes pode verdadeiramente acontecer, mas quando ambos vivem a realidade que suas idades exigem. Não quando um tenta ter a idade que o outro tem.

Um homem que carrega uma mulher jovem como troféu, para mostrar o quão competente ou jovial aparenta ser demonstra sua total imaturidade.

A vida é feita de etapas que devemos aceitar e acatar, em tudo o que de bom ou mau elas nos têm a oferecer.

Devemos desfrutar dos anos e das mudanças que vem com eles, procurando ser feliz em cada uma delas.

Viver fantasiado na Terra do Nunca não é nada saudável, mas principalmente é uma perda de tempo!

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com

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Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.

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