Há uma fábula famosa que diz que havia uma vez uma rã muito cheia de si que desprezou com muito desdém um sapo por considerá-lo pouco para ela.
Mais tarde, porém, essa mesma rã precisou da ajuda do sapo. A rã então, com muita humildade, se viu obrigada a pedir perdão ao sapo e assumir que ela não era mais do que qualquer outro anfíbio.
O que aconteceu com a famosa rã dessa fábula é o que ocorre com muitas pessoas ou o que pode acontecer com qualquer um de nós em algum momento de nossas vidas.
Algumas pessoas estão tão acostumadas a não serem humildes em suas vidas que nem se preocupam em esconder esta característica, mas uma hora isso pode mudar.
“Onde há orgulho, haverá ignorância; mas onde há humildade, haverá sabedoria” -Salomón-
Como sempre ocorre quando tentamos definir algo da forma mais simples possível, vamos de novo recorrer ao dicionário. Nesse caso, o dicionário da língua portuguesa diz que a humildade é ter a virtude de ser consciente das fraquezas e limitações de si mesmo.
Segundo essa definição, ser humilde se opõe ao orgulho vaidoso e tem a ver com o amor próprio e a dignidade individual. No momento em que a rã da fábula decide desprezar o sapo porque o considera feio, empregando ainda uma atitude arrogante de superioridade, está sendo orgulhosa e vaidosa.
Nesse sentido, o comportamento prepotente e a superioridade moral não definem as pessoas como humildes: trata-se de entender quem somos sem a necessidade de lembrarmos aos outros isso o tempo todo, se vangloriando e se exaltando.
A humildade é ao mesmo tempo uma qualidade e um comportamento que nos situa perante os outros, desse modo podemos dizer que a humildade pode ser praticada em qualquer ação que realizarmos. O fazemos, por exemplo, nessas situações:
• Descobrindo a nós mesmos e aos outros: compreendendo que todos temos nossas experiências e circunstâncias e aceitando o fato que não podemos julgar o caminho dos outros sem termos andado em seus sapatos.
• Admitindo nossos erros e aprendendo a pedir perdão quando devemos: essa talvez seja uma das atitudes mais difíceis de adotar porque nos põe de frente com nós mesmos. Por isso mesmo, saber perdoar e aprender com os erros nos faz humildes.
• Compreendendo as limitações e as liberdades que temos: somos livres para decidir, para tomar caminhos para um futuro ou para outro, mas dentro de limitações. Saber quais são os defeitos que nos freiam nos ajudará a superá-los humildemente.
• Reconhecendo que vivemos em uma sociedade e que, como tal, há diversas pessoas de diversas formações, mais velho ou mais novo, mais constantes ou mais inteligentes, etc… Com o respeito de um pelos outros, tendo em conta as particularidades, é possível seguir sendo humilde.
• Elogiando as virtudes dos outros de uma forma sincera: diz muito do que somos ter a capacidade de reconhecer sinceramente as virtudes dos que nos rodeiam tanto quanto fazemos com nós mesmos. Não é uma forma hipócrita de nos aproximarmos dos outros, e sim de saber que todos temos nosso valor, seja ele já descoberto ou por descobrir.
“Aquele que com perspicácia reconhece a limitação de suas habilidades está muito perto de chegar à perfeição”-J. W. von Goethe-
Tendo em conta tudo o que foi dito, a humildade tem tanto valor que aquele que consegue alcançá-la lembrará sempre como mantê-la. Porque terá sido capaz de encontrar harmonia e paz interior. Além disso, terá sido capaz também de se afastar da vaidade e do apego material em relação às coisas.
A mariposa sempre lembrará que foi uma larva porque sabe que pode cair em algum momento de seu voo e, então, entenderá que não é a mesma coisa ser humilde e ter uma baixa autoestima: a humildade que transborda é muito bonita sempre que sabemos quais são os limites que temos, porque do contrário podemos causar danos a nós mesmos.
A humildade consegue que nos aperfeiçoemos, que nos tornemos mais amáveis e fraternais com nós mesmos e com os outros, que encontremos pessoas mais autênticas que gostem de nós de verdade, que valorizemos o esforço para conseguir o que nos faz feliz, que fujamos das armadilhas do ego…
“Um homem deve ser suficientemente grande para admitir seus erros, suficientemente inteligente para tirar proveito deles e suficiente forte para corrigi-los”. -Khalil Gibran-
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