Infelizmente, muitas pessoas só são reconhecidas após a morte! O legado póstumo: Reflexões sobre o reconhecimento além da vida.

Em um mundo onde o imediatismo e a visibilidade instantânea parecem dominar, surge uma paradoxal observação: os feitos de muitas pessoas ganham verdadeiro reconhecimento apenas após sua morte.

Este fenômeno, embora não universal, é suficientemente comum para provocar uma reflexão profunda sobre os valores e percepções sociais que regem nosso reconhecimento dos feitos humanos.

O primeiro ponto a ser considerado é a natureza da memória e do legado.

Durante a vida, as ações e realizações de uma pessoa são frequentemente ofuscadas por controvérsias, política, ou simplesmente pelo ruído constante da sociedade contemporânea.

Após a morte, no entanto, há uma tendência a separar a pessoa de seu contexto imediato, permitindo que suas realizações sejam vistas em uma luz mais clara e, muitas vezes, mais favorável.

Esse distanciamento pode levar a uma apreciação mais sincera e menos influenciada pelas complexidades da vida cotidiana.

Além disso, o fenômeno pode ser parcialmente explicado pela psicologia do “ego social”. Vivemos em uma era onde o ego, muitas vezes nutrido pelas redes sociais e pela cultura do espetáculo, desempenha um papel significativo na forma como percebemos os outros e a nós mesmos.

O reconhecimento póstumo pode ser uma forma de reconciliação, onde a sociedade coletivamente “dá o braço a torcer”, admitindo o valor das contribuições de alguém sem a ameaça do ego ou da competição.

Interessantemente, isso levanta questões sobre a natureza da valorização e do reconhecimento. Estamos treinados a acreditar e valorizar o que não podemos ver, o que é imortalizado e eternizado pela morte.

A morte, em sua finalidade absoluta, elimina a possibilidade de mudança e evolução, fixando uma pessoa e suas ações no tempo. Isso pode criar uma forma de idealização que raramente é alcançável na vida.

Esse artigo serve como um lembrete para valorizar e reconhecer as contribuições das pessoas enquanto elas estão vivas.

Existe uma beleza e uma importância fundamental em celebrar as realizações e o impacto das pessoas em tempo real, reconhecendo que a apreciação não precisa esperar até que seja tarde demais.

Em resumo, o reconhecimento póstumo é um reflexo de como a sociedade constrói e entende o legado e o valor humano. Ele nos desafia a pensar sobre como valorizamos os outros e suas contribuições, tanto na presença quanto na ausência, e nos lembra da importância de celebrar os feitos e o impacto das pessoas aqui e agora.

*DA REDAÇÃO RH. Texto de Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, neurocientista, neuropsicólogo, biólogo, historiador, jornalista, psicanalista com pós em antropologia e formação avançada em nutrição clínica. PhD e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências pela EBWU na Flórida e tem o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; Pós Graduação em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal; Pós Graduação em Neurociência, Neurociência aplicada à aprendizagem, Neurociência em comportamento, neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; Especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, neuroscience em Harvard nos Estados Unidos; bacharel em Neurociência e Psicologia na EBWU na Flórida e Licenciado em Biologia e também em História pela Faveni do Brasil; Especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na USP; MBA em psicologia positiva na PUC. Membro da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814; Membro da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488; Membro da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT 30079; Contato: [email protected]

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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.