Essa semana me questionei umas trinta vezes, em quantas vezes temos de insistir em um amor.
Costumo dizer aos meus amigos quando me pedem conselho, que ao encontramos o amor, aquele que nos causa borboletas no estômago, euforia, felicidade sem moderação e umas sensações as quais não conseguimos palavras para descrever, esse merece ser insistido.
Mas muitas vezes, quando nos deparamos com um muro de concreto, e vemos a sua altura, desistimos. Isso porque não enxergamos além dele, não vemos o que nos espera. Nossa tendência é ter medo daquilo que não podemos ver ou tocar.
Esquecemos que nem sempre o tal do “final”, não é de fato, o fim. Esquecemos também, que a jornada nos dá as ferramentas para vencer os obstáculos. Afinal, o que seria de nós se tudo fosse tão fácil?
Para uns a jornada é um tangram, equação do segundo grau ou um simples jogo de palavras. A vida nos oferece os caminhos, e ela sabe exatamente quais vão nos forçar a evoluir.


Ela não vem com um caminho fácil. Aliás, que jornada é essa que você não passa por obstáculos?
Abrir a mente, expandir os pensamentos, absorver informações e pensar, é isso que nos falta. Devoramos o medo e nos cegamos.
E isso tem acontecido muito nos relacionamentos. Colocamos obstáculos na frente e os deixamos lá. Esquecemos que podemos pegar um machado, um martelo ou uma britadeira para derrubar. Se for necessário, até uma bomba.
Por diversas vezes, eu já tive medo de ir atrás de um amor, de insistir nele. Tudo por medo de não dar certo e de não ser o que eu esperava. O que eu ganhei com isso? Nada!
Se pelo menos eu tivesse tentado eu saberia, mas conviverei com esse sentimento horrível do será. Ele martela na mente e corrói o pensamento e o arrependimento.
Dizem que é melhor você se arrepender daquilo que fez do que aquilo deixou de fazer. E é exatamente isso.
Se não der certo, vira experiência. Mas de qualquer forma, a vida sempre vai dar um jeito de te ensinar algo.
Insistir no amor não é ser trouxa. Quando temos certeza que encontramos a pessoa certa, não podemos desperdiçar isso.

Vejo casais de anos de namoro terminar um relacionamento porque simplesmente “não deu certo”.
Eu não consigo entender como um amor acaba ou esfria, pois sou daquelas que amam demais e se entregam demais a um relacionamento. Quando eu amo, eu gasto minha última gota de amor naquilo, eu não desisto. Eu insisto até eu ver que estou nadando sozinha. Pois também, não podemos esperar a vida toda por um navio no aeroporto.
Quando namoramos fazemos planos, queremos casar e construir uma vida a dois. E sei que em anos de namoro, muita coisa esfria, pois a rotina é certa em certos momentos da vida e isso é complicado. Mas o amor?
Não. Ele não esfria por conta disso. Nós mais uma vez colocamos uma barreira e a enchemos de tijolo, até não enxergarmos mais o parceiro (a), e então, você passa a viver sozinho um relacionamento e se pergunta se vai dar certo.
E é claro, óbvio, que não vai dar certo. Só vive um relacionamento a dois. Não a três ou quatro ou um, mas dois.
Ambos juntos têm que colocar cada problema ou desconforto na mesa para tentar resolvê-los. Tudo a dois fica mais fácil de superar ou combater.
Por isso eu digo, não devemos desperdiçar um amor por motivos bobos. Amor não se encontra na esquina. São anos para se fortalecer uma relação e você vai jogar por nada, ou motivos os quais você mesmo desconhece?
Pense nisso!

Aline Felix

Nascida em 1989, na cidade de São Paulo é formada em jornalismo pelas Faculdades Integradas Rio Branco. Blogueira e metida a escritora é apaixonada por prosas, crônicas e contos. Seus sentimentos e pensamentos ela expressa em seu blog “pelos olhos da cidade”. Dedicada, esforçada, exageradamente dramática e otimista, procura ver a vida de uma forma simplista. É uma antítese incessante.

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