Justiça libera produção e porte de cannabis para seu Ivo, com Alzheimer
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa
A família de seu Ivo – e o filho, Filipe Suzin, – receberam a melhor notícia que poderia receber. A Justiça Federal de Goiás concedeu na terça, 14, um Habeas Corpus preventivo para que pai e filho possam cultivar, portar, usar, transportar e importar sementes de cannabis medicinal.
A liminar foi concedida pelo Juiz Eduardo Pereira da Silva, da 5ª Vara Federal Criminal de Goiás.
Emocionado, o filho agradeceu: “Graças a Deus o remédio do meu pai está garantido para sempre. Meu maior medo era perder isso e alguma hora acontecer algo e ele ficar sem remédio. Graças a Deus a gente agora está protegido. Graças a Deus existiu justiça, né?”, afirmou Filipe Suzin.
O habeas corpus também impede “que agentes policiais federais e estaduais de investiguem ou processarem os pacientes pelo cultivo, uso, porte, produção artesanal de cannabis (maconha) e importação de sementes para fins terapêuticos, bem como se abstenham de apreenderem as plantas em seu poder utilizadas para tais fins”, diz a decisão.
Alzheimer e Leucemia
Seu Ivo, de 58 anos, morador de Goiás, tem Alzheimer há seis anos. Ele já não se lembrava mais da família, não queria tomar banho, nem se alimentar.
Depois que começou a tomar o óleo de cannabis, fornecido pela ONG Ágape Medicinal, seu Ivo voltou a reconhecer o filho, que gravou um vídeo emocionado, viralizou nas redes sociais e chegou até a mídia nacional.
Filipe também usa o remédio à base de cannabis, por inalação. No tratamento que faz contra Leucemia, o medicamento reduz as náuseas e permite que o rapaz, de 28 anos, consiga se alimentar.
Para eles, a decisão também representa o fim do medo.
“Essa vitória representa uma conquista pros pacientes, o fim do medo de uma família que buscava apenas esperança e saúde em uma planta. E início de uma fase de saúde não só física agora, mas mental e espiritual. Representa também vitória para todo brasileiro que busca na cannabis uma alternativa terapêutica segura e eficaz para casos em que a medicina alopática convencional não funciona”, afirmou Yuri Ben-Hur da Rocha Tejota, fundador e presidente da Ágape e um dos advogados da família de seu Ivo.
Foto: Seu Ivo e a esposa/Instagram
Precedentes
O advogado da família afirmou que a decisão abre precedentes.
“Essa liminar abre um precedente enorme. É a 58ª pessoa a cultivar cannabis com permissão judicial no Brasil, mas essa agora, a primeira de Goiás, ela permite o porte e uso da cannabis. Então o Filipe pode portar e usar a cannabis dele onde ele tiver, porque é o remédio dele. É uma decisão ilustre, muito serena, que se atentou ao estado da vida do rapaz”, disse Yuri Ben-Hur.
Filipe espera que outras pessoas com o mesmo problema também consigam o remédio.
“Essa liminar é só pra mim e pro meu pai. A gente conseguiu, mas infelizmente é só pra gente. São poucos casos que conseguem no país ainda, mas a questão é abrir mais de portas. Este é o primeiro caso de Goiás, então, se torna um tipo de exemplo para os próximos Habeas Curpus. Qualquer juiz pode se embasar na nossa decisão para autorizar também. Aí fica teoricamente mais fácil para outras pessoas conseguirem também”, concluiu Filipe.
Assista a entrevista que o Snb fez com eles.
Foto/arquivo: reprodução / Instagram/ Capa: Felipe lutando pela liberação
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