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Leia para seu filho, participe, eduque, crie vínculos e memórias que ficarão para sempre… Embarque nesta linda história real

Diariamente tenho escutado a propaganda de uma instituição financeira sobre ler para uma criança, realmente uma campanha de marketing encantadora, original e inteligente! Isso me levou a pensar em minha própria experiência, em como a leitura pode ser prazerosa para ambos, além de proporcionar momentos inesquecíveis entre pais e filhos!

A primeira leitura aconteceu aos 2 anos de idade, lembro-me como se fosse hoje o dia em que fui colocá-lo para dormir, desta vez, ele tinha um livro em suas mãozinhas, pois na escola os livros haviam sido introduzidos e ele estava adquirindo o hábito da “leitura”, nesta idade os livros contêm mais figuras, mas havia também uma pequena história. Surpreendentemente, ele me olhou e pronunciou sua primeira frase completa: “Tonta uma hitólia pá mim mamãe”, foi mágico e emocionante ouvir sua primeira frase completa em tão sublime circunstância!

A partir de então, eu nunca mais parei! A leitura antes de dormir era mandatória, dela dependia uma boa noite de sono, não somente para o pequeno, mas também para mim, era o momento que eu mais ansiava após um longo dia de trabalho. Esse compromisso diário me enchia de vitalidade, esperança e me completava como mãe!

Com o passar do tempo, foi necessário me adaptar às exigências do pequeno, um ser esperto, sedento por conhecimento e imaginação! Durante as leituras ele se atrevia a palpitar na história, dizendo que deveria ser “assim” ou “assado”… isto fez com que despropositadamente eu iniciasse uma prática que consistia em inventar fatos e personagens e vinculá-los à história em questão, era muito divertido para ele e para mim, ao mesmo tempo que era um desafio constante!

O tempo foi passando e ele gostando, eu havia adquirido habilidades que eu mesma desconhecia, foi então que ele solicitou que a partir de então as histórias fossem inteiras “da minha cabeça”. Foi um susto, uma mistura de felicidade, ansiedade e uma pitadinha de insegurança! Seria eu capaz de satisfazer tamanha vivacidade?

Todo início é difícil, mas à medida que se treina vai se tornando cada vez mais natural. Tivemos muitos episódios interessantes, uma noite em que eu lhe contava a história do pequeno príncipe, em uma versão modificada, percebi uma movimentação incomum da parte dele, simplesmente não dormia, apenas remexia-se de cá para lá na cama e eu continuava concentrada na minha versão da história, foi quando subitamente ele se levantou, me fitou e disse: “Quando você vai colocar o Raposo na história?”. Qual não foi minha surpresa, queria gargalhar, chorar ou sei lá! Rapidamente reorganizei os pensamentos e tratei de recuperar o esquecido personagem, para que ele se tranqüilizasse e pudesse finalmente dormir!

Algumas histórias “da minha cabeça” foram mais marcantes do que outras, eu sempre achei que ele as esquecia logo depois de adormecer. Um dia despreocupadamente perguntei qual era a história que ele mais havia gostado… ele contou as minúcias de uma história que também havia sido marcante para mim! Esta história eu havia contado há alguns anos e ele não a esquecera, assim como eu! Foi neste instante que eu me dei conta de como esses momentos haviam marcado nossas vidas e ficariam eternos em nossas memórias. Lágrimas escorreram pelo meu rosto e ele perguntou-me: “Por que”? Eu lhe expliquei que também podemos chorar de felicidade!

Hoje eu continuo buscando incansavelmente pela criatividade. Pergunto-me até quando ele fará questão destes momentos, mas na verdade não quero saber… Vamos viver a intensidade de cada segundo como se fosse único até o final de cada história e depois recomeçar outra!

Que esta história possa lhe inspirar a embarcar nessa irresistível viagem entre pais e filhos!

Fabiana Dainese Mauch

Apesar de apaixonada por filosofia, psicologia e relações humanas, estudou e trabalha na área de exatas, encontrando na escrita uma forma de se aproximar de suas paixões. Ama pensar sobre a vida e o que podemos fazer para melhorar o mundo e a nós mesmos.

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