“Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra”
A história está repleta de narrativas das artimanhas dos bajuladores. Eles são aproveitadores, que surgiram sob o espectro de quem estava no poder, da mais antiga civilização oriental à civilização ocidental. Hoje, pelo menos convivemos com um deles, em alguma situação de nossas vidas.
Os Provérbios de Salomão, que é um livro de grande sabedoria do Antigo Testamento da Bíblia, registraram que Deus não aprecia a bajulação humana. Separei duas passagens: “Quem adula seu próximo está armando uma rede para os pés dele.”
“A língua falsa odeia aos que ela fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína”.
Nicolau Maquiavel, que foi um filósofo e historiador do Renascimento, reconhecido como autor do livro O Príncipe, escreveu na mesma linha do pensamento salomônico: “Que o poder seduz os aduladores, que desejam obter espaço e prestígio, através de paparicações, para cair nas graças dos poderosos.
Na linguagem popular chamamos de “puxa-sacos.” É deles o leva e traz dentro das empresas, pois estão sempre aguardando a chance de tecer falsos elogios, para agradar alguém que está numa posição de comando nas organizações. Eles chegam antes do chefe e não vão embora enquanto o chefe não for, já que adoram mostrar uma intimidade que não existe.
Entretanto, se forem criticados não desistem e aumentam ainda mais suas doses de bajulação. Aliás, são “figuras carimbadas“ do setor privado e público, que estão lotadas no Poder Público, em carreiras meteóricas, uma vez que vendem dificuldades para receber facilidades.
Assim quanto mais vilania tiver nos seus currículos, mais altos salários receberão. Determinados políticos, sobretudo, os detentores de mandatos, gostam da companhia dos bajuladores. Os puxa-sacos conseguem conviver, sem preocupações, com as chantagens e as fofocas, que são suas ferramentas de trabalho.
Na perspectiva psicanalítica podemos caracterizar os bajuladores, como pessoas de personalidades mercantis. Para Erich Fromm, esses perfis são comuns no mercado de trabalho. Os seus vínculos com o poder buscam estabelecer diferenças de status social e prestígio, contudo, continuam sendo subordinados.
Por isso, os bajuladores se esforçam ao máximo para agradar e tratar seus superiores como ídolos e doutores. Eles tornam-se versáteis, ou seja, camaleões que se transformam, velozmente, em aguerridos defensores dos que estão em ascensão para os cargos de chefia.
Portanto, não é preciso muita atenção para diagnosticar esse tipo de caráter, que “saltam aos olhos”. Aliás, os puxa-sacos de acordo com a sabedoria popular são apelidados de “rasgas sedas” É fácil resolver isso conforme a dica, do ex-presidente americano Barack Obama: “Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra.”
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