Mãe e filha conquistam o sonho da casa própria com garrafas recolhidas do lixo
Uma mãe depois que tem filhos, vive para eles, e se preocupa em oferecer o melhor que ela pode. Mas muitas vezes, mesmo trabalhando duro, o sonho de assegurar um lar para os filhos, fica tão distante, que é fácil, pensar em desistir.
Mas não foi esse o caso dessa mãe. Ela não desistiu e buscou maneiras alternativas de realizar esse sonho. Junto a sua filha, elas arregaçaram as magas e trabalharam duro por 6 meses. Como elas contam, eram oito horas por dia dedicadas “ao sonho”.
A ideia surgiu durante a pandemia, as duas se viram com tempo para realizar esse sonho, e viram no lixo uma oportunidade de fazer acontecer. As duas começaram a recolher milhares de garrafas de vidro do lixo, deram incício ao projeto.
Ao G1, elas contaram:
“Foi um momento de muita troca, sabe? Que a gente colocou toda a nossa disposição nisso. Porque foi logo no início da pandemia e a gente precisava fazer isso acontecer”, revelou Maria Gabrielly Dantas, que é designer de moda.
A história
Edna e Gabrielly saíram de Curitiba há cerca de dois anos e foram morar na Praia do Sossego, na Ilha de Itamaracá, Recife, PE.
Edna trabalhou mais de 18 anos em uma cooperativa de materiais recicláveis. Neste tempo, Ea percebeu que haviam muitos materiais bons e aproveitáveis que eram jogados no lixo, foi então que viu uma grande oportunidade de transformar milhares de garrafas de vidro do lixo em um lar. Ela se uniu à sua filha, recolheram mais de cinco mil garrafas de vidro nas ruas da ilha e nos mangues de Itamaracá, quase 100% da matéria prima para a construção da casa já estava garantida.
“A garrafa de vidro, você joga ali no solo, ela é infinita, ela não se decompõe. E a necessidade de ter uma residência, de estar morando em Itamaracá, ter esse problema forte com o lixo aqui. A gente tentando resolver esse problema com o lixo surgiu a ideia de construir minha casa de garrafa, para dialogar com a sociedade que isso não é lixo”, ponderou, Edna Dantas que é uma empreendedora social.
Elas começaram a construir a casa de vidro em maio. Como acontece com muitos sonhadores e empreendedores, não tinham nenhuma noção com construção, apenas a vontade de construir.
“Em um primeiro momento a gente fez blocos de garrafas. A gente pegava de quatro a seis garrafas, fazia o bloco, colava com argamassa. Depois vinha e encaixava como se tivesse colocando um tijolo. Assim a gente foi levantando, passo a passo, as paredes da nossa casa”, disse Edna.
Finalmente, a casa está quase concluída e mãe e filha já se mudaram para lá, provando que um sonho pode sim ser realizado, quando se tem força de vontade.
Essa é a casa de garrafas de vidro de Edna e Gabrielly:
“Eu gosto de pensar que isso aqui é afro futurismo, é uma visão de futuro”, disse Gabrielly.
*DA REDAÇÃO RH. Com informações G1.