O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está no centro de uma das disputas antitruste mais importantes da década. A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) iniciou um julgamento que pode obrigar o bilionário a vender o Instagram e o WhatsApp, duas das plataformas mais populares do mundo.

A acusação da FTC é clara: ao adquirir o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014, a Meta eliminou concorrência direta no setor de redes sociais e mensagens instantâneas, criando um monopólio digital.

De acordo com a FTC, Zuckerberg agiu com o objetivo de neutralizar ameaças emergentes ao domínio do Facebook. Uma frase atribuída ao próprio CEO reforça a tese: “É melhor comprar do que competir.”

A comissão argumenta que essas aquisições não apenas limitaram a inovação, mas também prejudicaram os consumidores, ao reduzir suas opções de escolha.

Defesa do Meta

Por outro lado, a defesa da Meta afirma que a empresa fortaleceu tanto o Instagram quanto o WhatsApp após as aquisições, investindo em infraestrutura, segurança e recursos que os tornaram líderes em seus segmentos.

A companhia sustenta que a verdadeira questão não é a intenção por trás das compras, mas sim os benefícios para os usuários. Em nota à imprensa, a Meta declarou:

“Mais de 10 anos depois de o FTC ter aprovado essas aquisições, reabrir o caso envia uma mensagem perigosa: nenhum acordo é realmente definitivo.”

O que está em jogo para Zuckerberg — e para o futuro da internet?

Portanto, caso o FTC vença o processo, a Meta poderá ser obrigada a vender o Whatsapp e o Instagram. Dessa maneira, desfazendo um dos maiores conglomerados digitais da atualidade.

Isso teria um impacto profundo não apenas para a empresa, mas para o mercado global de tecnologia.

A medida abriria espaço para maior concorrência entre plataformas, o que pode favorecer o surgimento de novas redes sociais e mensageiros com abordagens mais inovadoras.

Uma longa batalha

Apesar das acusações, analistas acreditam que o caminho para uma decisão favorável à FTC será complicado. A professora de direito empresarial Laura Phillips-Sawyer, da Universidade da Geórgia, afirmou que o processo enfrenta uma “longa estrada até qualquer possibilidade real de separação de ativos”.

Além disso, a Meta tem reforçado seu argumento de que enfrenta forte concorrência de gigantes como TikTok, YouTube e X (antigo Twitter), o que enfraquece a tese de monopólio.

Imagem de Capa: Mark Zuckerberg/Instagram