Medicamento pode retardar o Alzheimer em até 35%. Pesquisadores estão em fase final de testes.
O Alzheimer é uma das doenças neurodegenerativas mais temidas porque seus sintomas afetam a memória e outras funções cognitivas, como a linguagem e o pensamento abstrato. A doença neurodegenerativa, leva a perda progressiva de funções cerebrais devido à degeneração do tecido do cérebro.
Infelizmente, ainda não se entende totalmente as causas da doença, mas sabe-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e estilo de vida colaboram para o seu desenvolvimento.
Mais comum em idosos, a doença não tem cura, no entanto, um novo medicamento, já em fase final de testes promete melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly and Co, o medicamento experimental tem apresentado ótimos resultados, podendo retardar o declínio cognitivo relacionado à doença de Alzheimer em até 35%.
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o novo medicamento pode trazer diversos benefícios para os pacientes com a doença, mas que cuidados preventivos ainda são a melhor opção.
“As perspectivas são bastante favoráveis para esse novo medicamento e é sempre de fundamental importância que novas pesquisas sejam desenvolvidas na área, mas nenhum deles é 100% eficaz, por isso a prevenção ainda é a melhor arma contra o Alzheimer”, recomendou.
Para Fabiano, a melhor forma de evitar o desenvolvimento da doença é a mudança de hábitos.
“Manter hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas, uma dieta equilibrada, dormir adequadamente, ler livros e realizar treinamentos mentais com jogos de lógica que estimulem a neuroplasticidade, todos esses são investimentos na sua saúde para prevenir não só o Alzheimer, como uma série de outras doenças neurodegenerativas” afirmou o Dr. Fabiano.
Quando o cérebro é afetado pela doença algumas funções ficam prejudicadas:
“A degeneração de algumas partes do cérebro faz com que a ação dos neurotransmissores, como a acetilcolina e noradrenalina, seja prejudicada, afetando a comunicação entre as células nervosas, o que dificulta a realização de algumas atividades e impacta em habilidades, como memória, concentração e aprendizado”, explicou.
A perda da memória é uma das características mais nocivas, mas não é a única, segundo o neurocientista, o paciente também começa a sentir dificuldade em aprender coisas novas:
“O Alzheimer começa no tronco cerebral, mais especificamente numa área denominada núcleo dorsal da rafe, e não no córtex, que é o centro do processamento de informações e armazenamento da memória, como tradicionalmente a medicina postula. Os desequilíbrios no cérebro que dão início ao Alzheimer estão ligados às proteínas tau e beta-amiloide que não são adequadamente dobradas, o que estimula a progressão da doença, causando, também, inflamações no cérebro, durante essa evolução, o hipocampo, área do cérebro relacionada ao aprendizado e formação de novas memórias, geralmente é a primeira região afetada pelo Alzheimer, causando as características perdas de memória e dificuldade em guardar novas informações”, concluiu Fabiano.
Novos medicamentos estão sendo testados, mas esse promete ajudar a impedir o avanço da doença. Esperamos que logo esteja disponível para quem precisa.
*DA REDAÇÃO RH. Foto de yerling villalobos na Unsplash. Sobre Dr. Fabiano de Abreu
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society.
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