Médicos acreditam que diabetes pode ser um dos efeitos pós-covid.
Começaram a aparecer evidencias em todo o mundo e médicos começam a se convencer de que algumas pessoas recuperadas da covid-19 podem se tornar diabéticas.
O médico Francesco Rubino, do King’s College London, no Reino Unido, é um dos principais estudiosos do assunto no momento e para ele é possível fazer uma relação entre pacientes que já se recuperaram da covid e se tornaram diabéticos do nada.
Ele conta que, esses pacientes avaliados não tinham o menor sinal de diabetes antes de serem contaminados, e depois foram diagnosticados com a doença.
Em agosto Rubino enviou uma carta ao editor do The New England Journal of Medicine, onde destacou que a infecção viral têm potencial para desencadear diabetes.
Na carta ele diz que na primeira epidemia de SARS (um coronavírus semelhante ao causador da covid), em 2003, na China, foi observado que alguns pacientes recuperados apresentavam maior incidência de glicemia em jejum e diabetes de início agudo.
Fortes evidencias
“Essas observações fornecem suporte para a hipótese de um efeito diabetogênico potencial da covid-19, além da resposta ao estresse bem conhecida associada a doenças graves. No entanto, não está claro se as alterações do metabolismo da glicose que ocorrem com um início súbito em [pacientes com] covid-19 grave persistem ou remitem quando a infecção é resolvida.”
Movido pelas fortes evidencias, Rubino criou o projeto CoviDIAB (covidiab.e-dendrite.com), plataforma destinada a ter um registro global de pacientes diabéticos possivelmente relacionado à covid-19.
“O objetivo do registro é estabelecer a extensão e o fenótipo do diabetes de início recente que é definido por hiperglicemia, covid-19 confirmada, um histórico negativo de diabetes e um histórico de nível normal de hemoglobina glicada. O registro, que será expandido para incluir pacientes com diabetes preexistente que apresentam distúrbio metabólico agudo grave, também pode ser usado para investigar as características epidemiológicas e patogênese do diabetes relacionado à covid-19 e para obter pistas sobre o tratamento adequado para pacientes durante e após o curso de covid-19.”
Pesquisa
Para que possa ter uma resposta efetiva sobre a incidência da doença em pacientes recuperados da covid-19, o médico faz perguntas especificas;
1) Qual é a frequência do fenômeno de diabetes de início recente, e é o diabetes tipo 1 clássico ou tipo 2 ou um novo tipo de diabetes?
2) Esses pacientes possuem maior risco de se tornarem diabéticos ou contraírem cetoacidose diabética?
3) Em pacientes com diabetes preexistente, a covid-19 muda a fisiopatologia subjacente e a história natural da doença?
Com as respostas em mão ele busca traçar um panorama real sobre a porcentagem de pacientes que desenvolveram diabetes depois de serem infectados e se curarem do vírus.
*DA REDAÇÃO RH. Com informações R7
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