“NÃO É O FAVORITISMO DE JULIETTE QUE INCOMODA” Fabrício Carpinejar
Entre os vitoriosos e os honestos, sempre vou querer ficar ao lado dos honestos. Aqueles que aceitam as derrotas da vida, mas permanecem com o seu caráter até o fim do jogo.
Não é o favoritismo de Juliette que incomoda as torcidas dos outros participantes, e sim a sua constância, o seu senso de justiça.
O máximo que podem encontrar para atacá-la é alegar que é chata, tagarela, insistente.
O curioso é que não acharam algo mais grave em dois meses de programa. Parece ofensa de criança, altamente subjetiva.
Só no jardim de infância, existe essa troca ingênua de insultos. É risível para um jogo da discórdia.
Às vezes, a manobra da oposição é afirmar que ela está se vitimizando, como se estivesse atuando. Ela não precisa se vitimizar ou se esforçar para tal, porque é realmente a vítima, o maior alvo de fofocas e distorções depois de Lucas.
Sofreu xenofobia regional, bullying, boicote, acabou posta de lado e ressurgiu brincando ou dançando. Qualquer pessoa já teria desistido, menos ela, que não tem nada a perder.
Sua resiliência vem do gênio forte. Se fosse influenciável, já teria saído.
É perceptível a sua solidão pois ela vive cantando para espantar os pensamentos repetitivos de desolação. Cantamos quando estamos tristes, ou enfrentamos a incompreensão, ou quando carecemos de realidade para a nossa esperança.
É uma alegria inventada no meio da tristeza.
Aliás, ninguém que força o choro faria maquiagem a toda hora para estragá-la. As lágrimas são tão sinceras quanto o seu riso e a sua volta por cima.
Não há discurso que desabone Juliette. De todas as suas palavras, não houve nenhuma que se transformasse em preconceito ou rejeição.
Não faltaram discussões e crises para perder o equilíbrio. Seus desafetos enlouquecem e apressam a própria eliminação por não localizar uma única mentira para constrangê-la, para queimá-la junto ao público, e vivem de suposições.
É possível dizer qualquer coisa dela, porém só relativa ao seu temperamento, nunca devido a uma atitude imprópria.
Você pode gostar dela por pura identificação, por já ter experimentado essa dificuldade de ser amado por estranhos e acolhido de verdade. Mas o mais bonito é gostar dela pelas diferenças, mesmo sabendo que ela não é igual a você, e a respeitando e a permitindo ser inteira, sem cortes, sem censura.
“Juliette! Juliette! Juliette!
BBB não é um programa ruim, é um retrato do comportamento humano, pode reparar que só gosta de acompanhar esse programa quem é apaixonado pelo autoconhecimento. Então, me julguem!” Iara Fonseca
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