A gente tem mania de projetar os próximos passos como se tivesse controle de tudo. Não temos. Temos só a ilusão de que estamos no controle. Mas podemos descartar o que não cabe mais no peito nem na vida.
Um belo dia, a gente olha para trás e já não se importa mais com aquelas coisas que pareciam gigantes invencíveis. A lembrança do tempo que ficamos trancafiados na ilusão sem querer mudar o disco, esmaece. Aquilo era mesmo uma bobagem.
Na maior parte do tempo é essa impressão que eu tenho quando me ocorre um “flashback” dessas cenas desimportantes. Quase não acredito que perdi meu tempo e gastei energia com coisas e pessoas passageiras. Não se trata de desmerecer o momento nem ninguém. Acontece que certas coisas têm prazo de validade. Eram só para aquele instante. Não iam encaixar na vida. Eram perfeitas para o momento. E só.
A culpa é de quem? De ninguém.
A gente tem mania de projetar os próximos passos como se tivesse controle de tudo. Não temos. Temos só a ilusão de que estamos no controle. Mas podemos descartar o que não cabe mais no peito nem na vida.
Quantas vezes fizemos tudo certo e no final deu errado? Algumas, né? Bate uma puta raiva na hora, mas depois a gente aceita que foi como era para ser. Era o que tinha para acontecer naquele momento. Isso não é sobre destino, acaso ou qualquer teoria mirabolante. Apenas foi.
Nós temos problemas com respostas não conclusivas. Queremos todos os motivos esclarecidos como numa autópsia. Não era para ser. Simples. Quando compreendemos isso e deixamos de perseguir coisas por pura teimosia, recebemos as dádivas que merecemos.