“Não existe senso de humor que tolere uma piada sem graça e sem empatia como aconteceu ontem no Oscar. Não quero falar sobre a reação de um homem que perdeu a cabeça quando viu alguém ferir sua esposa”, escreveu a ginecologista Clarissa Silveira.
Me deparei no Instagram com o texto da @clarissasilveiragineco e, dentre tantas opniões sobre o ocorrido no Oscar, essa trouxe um viés diferente que devemos pensar.
Para Clarissa, diante do ocorrido, devemos pensar na dura realidade das mulheres que sempre precisam ouvir comentários desnecessários e normalizaram a sensação de ter que se calar.
Ela escreveu:
O objetivo AQUI é chamar atenção para a dura realidade que nós mulheres enfrentamos até hoje: até quando vamos ter que ouvir comentários desnecessários sobre nossa aparência?!
Não é nada fácil para uma mulher perder os cabelos, eu vivenciei isso durante minha residência de Mastologia com as pacientes que enfrentaram o tratamento do câncer de mama. É doloroso.
Eu tenho uma paciente maravilhosa que enfrenta essa doença: Alopecia Areata, uma questão autoimune desencadeada pelo ataque das células do próprio organismo contra o folículo piloso.
Uma vez ela me disse que seu incômodo maior é quando as pessoas perguntam se ela está doente, e que isso a magoa muito.
É esse estereótipo que pesa pra nós, precisamos ter um corpo perfeito, cabelos sedosos, ter um casamento maravilhoso, precisamos ser “mães” para sermos consideradas mulheres e fortes de verdade…
Não existe senso de humor que tolere uma piada sem graça e sem empatia como aconteceu ontem no Oscar.
Ainda mais contra uma mulher!”, finalizou.
A @julianagarcia_jg separou pontos importantes para refletir:
“1. Triste ver como Chris Rock escancara a dor de uma mulher negra. Sendo ele um homem negro. Rock entrega de bandeja para a plateia, de maioria branca, o mais baixo entretenimento colonial.
2. Will Smith entra literalmente no personagem colonial. Levanta para “proteger” a dor de sua companheira.
3. Escolhe o tapa ao soco. Com a raiva nítida que estava poderia ter dado um bom jab de direita em Chris Rock.
4. Smith mostra no momento do tapa que sim, fugiu do seu autocontrole, mas não é um ser humano agressivo. Pessoas agressivas são tomadas pela força do ódio e continuariam a bater.
5. O ator evidenciou que não está tudo bem sacanear com a dor do outro. Afinal, toda ação tem sua reação e nunca saberemos como será o retorno.
6. A fala de Chris Rock é imensamente infeliz! Em algum momento ele estudou a doença autoimune de Jada? O papel de um bom humorista é saber também seu limite. Rock escolheu sua “brincadeira” e essa poderia gerar desconforto tanto em Jada quanto em outro espectador com alopecia. Lembrando: o stress pode piorar ainda mais o estado de saúde nessa doença.
7. Rock ridiculariza exatamente o cabelo, parte que sempre foi símbolo de poder pra mulher. Ainda mais para a mulher negra, alvo da perseguição da branquitude toda vez que assumem seu cabelo natural.
Mas para mim, o que mais me tocou nisso tudo é a demonstração descarada de que todos, sem excessão, naquele palco, estavam desequilibrados emocionalmente, até o roteiristas que sugeriu que mulheres fossem apresentadoras e as fez ler um texto de péssimo gosto, fazendo brincadeiras sobre um assunto extremamente sério que afeta as mulheres do mundo todo: o salário menor.
O @despertaraespiritualidade escreveu:
“Ensina o seu filho que a dor do outro não é brincadeira.”
Ate quando as pessoas acham que podem zombar falando o que quiser? Respeito é a base de tudo. Saber como brincar faz parte do Respeito.
Existe os dois lados. Um que fala o que quer e o outro que escuta o que não quer. O respeito deve ser mútuo.
E você o que acha?
O Oscar desse ano DEIXOU CLARO QUE precisamos olhar mais para a masculinidade que está doente, e que é urgente elevar as mulheres a um outro nível, o do respeito e o da valorização do feminino.
A empatia e a sensibilidade que o mundo precisa, e que se tornou exigencia no momento atual, vive no feminino de cada um de nós, homens e mulheres. Mas só consegue agir com empatia aquele que já entendeu a importancia de tratar o feminino como algo sagrado.
*DA REDAÇÃO RH. Texto de Iara Fonseca, jornalista, escritora, editora de conteúdo dos portais Resiliência Humana, Seu Amigo Guru, Homem na Prática e Taróloga. Para agendar uma SESSÃO DE AUTOEXPANSÃO com a Iara, mande um direct para @ESCRITORAIARAFONSECA
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