Não precisa ter muita coisa, tendo noção já está bom

Acho que todo texto meu, atualmente, começa com “tempos difíceis”. Sei lá, mas essa expressão vem à minha cabeça toda vez que começo a escrever. É automático.

Assim como o modo automático está embalando uma imensa quantidade de pessoas em seu cotidiano. Parece que as pessoas acordam, trabalham, vão e voltam, sem parar para refletir e enxergar a vida lá fora. Inclusive acontece comigo, vez ou outra.

Tudo está tão corrido, tão pesado. A crise aflorou medos, incertezas, dissidências, desconfigurou as relações em todos os setores.

Na escola, por exemplo, parece que eu desaprendi a ser professor e estou tendo que recomeçar do zero. Assim também é com os alunos. O mundo deu uma sacudida, trouxe à tona questões que ficavam adormecidas, como a morte, a saúde pública, muitos medos e comportamentos humanos e desumanos.

Nessa toada, tivemos que reaprender a conviver em sociedade, para além das redes sociais. Porque, quando estamos em frente ao computador ou ao celular, tem-se a impressão de que estamos protegidos, estamos longe das reações das pessoas, ou seja, perdemos um pouco os freios e limites que pautam o convívio real.

Ali na internet, muitos se veem mais livres e ousados. Daí o tanto de discussões mais exaltadas que se travam pelo mundo virtual.

Quando estamos frente a frente com o outro, as reações dele ao que falamos e fazemos são imediatas, o que nos faz ter mais meios de nos controlarmos, de termos mais noção do quanto estamos ultrapassando ou não certos limites.

Mas isso que se dilui nas interações virtuais. E essa noção das coisas precisa urgentemente de ajustes, porque não dá para conviver sem levar em conta as pessoas que nos rodeiam.

E ainda tem gente que quer levar a vida sem perceber o alcance de suas ações nas vidas alheias. Isso não pode ocorrer.

As pessoas precisam ter um mínimo de simancol para perceber quando estiverem sendo inconvenientes, invasivas, agressivas, chatas.

A gente precisa ter senso. Tem que perceber quando estiver incomodando, quando não estiver sendo bem vindo ou forçando algo à toa. Das coisas que todos devemos ter: noção. Para ontem.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de Sinitta Leunen na Unsplash

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Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.