A sinceridade significa a característica de uma pessoa autêntica, pois, a sinceridade é um traço do caráter ou da personalidade de um indivíduo. Ela é também uma virtude que aparece num comportamento correto e leal, tornando-se uma combinação de franqueza e verdade raríssimas nos conturbados dias de hoje.
É importante ressaltar que ser sincero não é ser grosseiro e deselegante, porque é possível ser sincero sem magoar as pessoas quando expressamos as nossas opiniões. Veja o que disse, Oscar Wilde, que foi um influente escritor, poeta e dramaturgo britânico: “Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal”.
Entretanto, o “sincericídio” é um neologismo que resulta da junção das palavras sinceridade e suicídio, indicando ação de agredir alguém, moral e psicologicamente, por excesso de sinceridade. O sincericídio é quando uma pessoa fala o que pensa, mas em momentos inadequados, como diz o velho e sábio axioma: “O homem morre não pelo que entra pela boca, mas pelo que sai dela. ”
Podemos ilustrar alguns exemplos: “O rapaz cometeu sincericídio quando a namorada perguntou se estava gorda, ele respondeu que sim. ” Ou comentários mordazes sobre aparência das pessoas: “Que cheiro ruim, terminou o perfume na farmácia. ” “Você se veste muito mal. ” “Você deve cuidar dos seus culotes”. O mal-estar está feito.
Aliás o sincericídio, pode estar nas atribuições dos pais, que destroem a autoestima dos seus filhos por minúcias, nas funções dos professores, que são capazes de causar rebaixamento dos seus alunos, que têm défices cognitivos, na relação dos maridos, que censuraram os descuidos das esposas e nos papeis dos líderes, que desmotivam suas equipes por tolices.
O sincericídio chama a atenção não pela consciente baixeza, mas pelo que os sincericidas cometem, de forma quase inconsciente, onde confundem a sinceridade, que é altruísta e extremosa – com o lado descortês –, que ao se expressar, produz ressentimentos intensos, que intencionalmente causam constrangimentos e estranhamentos entre as pessoas.
Portanto, qualquer que seja a etimologia da palavra, sincericídio, ela está ligada a uma falta de discernimento e de bom senso, sendo uma invasão da individualidade alheia, repetidamente pela inexistência de filtros racionais na escolha das palavras. Marquês de Maricá, que foi um grande escritor, filósofo e político brasileiro, nos alertou sobre isso: “A sinceridade imprudente é uma espécie de nudez que nos torna indecentes e desprezíveis. ”
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