Nem toda tempestade deixa a pessoa mais forte!
Nos últimos tempos, cresce imensamente a quantidade de materiais vários voltados a ajudas emocionais. Canais do youtube, perfis do Instagram, vídeos do tiktok, livros, cursos, inúmeras são as formas como as pessoas vendem materiais que tratam de trazer alento e formas de superação.
O mundo anda difícil. Quanto maior a demanda, maior a variedade de ajudas a serem compradas.
Há muita coisa boa por aí, mas, como em tudo, existem também discursos que, em vez de ajudar, pioram ainda mais os sentimentos da gente.
Chega uma hora em que a pessoa se sente cada vez mais impotente, como se ela fosse incapaz de ficar forte ou feliz. Parecem obrigatórias a felicidade, a resiliência, a persistência. Mas não é assim que funciona, não toda hora, nem todo dia.
Fala-se muito, por isso, na tal da positividade tóxica, que insiste tanto na nossa necessidade de ser forte, que até nos assustamos por não sermos felizes sempre. Por sermos humanos.
Na verdade, o senso comum bate naquela tecla do “sofrimento que fortalece”. É como se apenas fôssemos capazes de amadurecer na dor; ou seja, a dor é o espaço, por excelência, do aprendizado.
É como se somente através das lágrimas a gente conseguisse expurgar tudo de ruim que se encontra dentro de nós.
Porém, não podemos nos esquecer de que também conseguimos aprender e nos fortalecer sem doer.
Momentos felizes podem ser fontes preciosas de aprendizado e de fortalecimento, sim. Nem sempre será preciso obter feridas para continuar melhor e mais forte.
Atitudes acolhedoras, palavras amigáveis, momentos gostosos, muitas situações prazerosas trazem sabedoria, porque ali o amor está presente. O amor é um ótimo professor.
Algumas dores diminuem, mas permanecem ali num cantinho dentro de nós. Certas experiências traumatizam e deixam marcas que não saem.
Nem toda tempestade deixa a pessoa mais forte. Algumas experiências são tão devastadoras, que a pessoa até se reergue, mas não se fortalece.
Há sofrimentos irreparáveis, não romantizem.
“A sua dor não é algo que deva ser ostentado como um troféu, mas sim, um desafio a ser superado”. Iara Fonseca.
*DA REDAÇÃO RH.
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