Todo fim de ano é a mesma coisa: compras, obrigações, rituais, tradições de família e muitos sapos no menu principal. Se todo esse ciclo lhe faz bem e o deixa alegre, mantenha-o! Eu, particularmente, amo essa energia de renovação, de recomeço, adoro as tradições natalinas e arrumar a casa com a minha família. Mas nem sempre foi assim. Já fui do time dos que tinham de cumprir obrigações, sem a menor disposição, e meus fins de ano se transformavam em pesadelo.

Era obrigação de estar com pessoas que não existiam na minha vida nos outros 364 dias do ano, que eu sabia que também não tinham a menor vontade de me receber ali. A velha e boa hipocrisia sazonal de parentes que não compartilham nada, só o mesmo sobrenome, de amigos que só vêm quando a bebida está sendo servida, de presentes dados por mera formalidade, sem alma e sem amor algum.

Então, meu amigo leitor, se você compartilha desse mesmo sentimento, permita-me um conselho: mande as convenções às favas e vá ser feliz!

Viaje fora de época, coma o que tem vontade, fique em casa, se quiser, abra os presentes antes da meia-noite, durma às 21 horas. Não tem problema. O grande problema é gastar o seu precioso tempo e energia na Terra sendo infeliz, só para cumprir protocolos.

Presenteie-se com a liberdade! Abra a champanha na véspera, coma chocotone no café da manhã, dispense as uvas-passas, fique de pijama! Coloque suas músicas preferidas, vá almoçar naquele restaurante de que tanto gosta! Dê-se a liberdade de presente! Desfrute do seu tempo da forma como você quiser! Esse é o presente mais valioso de todos.

Nada paga a sensação de ter de sorrir quando não se tem vontade, por pura educação, confraternizar com gente que não tem nada de bom a oferecer, sair da nossa casa ou abrir o nosso lar para receber pessoas, mas não o amor.

Em vez disso, abra as portas para a felicidade entrar! Vá ao encontro de quem realmente o ama e tem prazer em dividir a vida contigo.

Ligue para quem está longe, diga o quanto essa pessoa é importante. Faça uma surpresa para alguém! Arrume sua mesa só para dois, se for o caso; dois, às vezes, valem por 20. Brinde! Faça um brinde à vida, à saúde, às amizades sinceras, mas não se disponha a brindar mais com quem só levanta a taça, mas não dá as mãos, quando preciso.

Hoje, me dou o luxo de passar as festas de fim de ano com quem eu escolho e onde me sinto à vontade e sei que sou querida.

Muito mais que ceia farta e presentes caros, casa cheia e corações vazios, hoje eu me dou o direito de ser apenas eu.

E isso não tem preço. Boas festas!








"Mãe, mulher, geminiana, maluca e uma eterna sonhadora!"