O amor não é sinônimo de ausência de tempestades, é um equivoco pensar que o amor não tem lá os seus dias ruins. Nesses dias em que a gente está exausto do trabalho, dos problemas e das discussões desnecessárias, o amor é a capacidade de ser abrigo, quando tudo parece ser vendaval.

O amor é aquele chocolate quente em um uma manhã fria de inverno, é quando dispomos do nosso tempo para acolher a dor do outro, ainda que tudo pareça corrido demais em nossas vidas.

Amor é sobre preparar o jantar, esquecer-se de colocar sal na comida e rir disso, como quem prefere pedir pizza. Sem culpados, sem precisar jogar a culpa em alguém, sabe? É queimar as torradas, porque acordou atrasado e dizer que, na verdade, está no ponto, porque sabe que o outro está dando tudo de si.

É quando tudo está dando errado, o seu chefe ergueu o tom de voz com você no trabalho, o cartão estourou, a semana parece não terminar nunca e os problemas insistem em fazer morada. E, então, mesmo tendo coisas para serem discutidas, a gente deixa de lado as cobranças e termina a semana sendo abrigo, fazendo companhia, comprando pão francês na padaria para comer com carne moída, não se esquecendo da tubaína. Afinal, amor também é renúncia.

Amor é sobre quando você tira uma nota baixa na faculdade e precisa estudar muito para recuperar e o outro decide passar o domingo com a cara nos livros junto com você, tomando a matéria, como quem parece entender tudo sobre o assunto, mas, na verdade, só entende o quanto você precisa desse apoio. Amor também é parceria.

É quando as diferenças, depois de um tempo, começam a falar mais alto e você interrompe uma briga com um beijo, como quem diz: “nós não vamos brigar por isso”. Afinal, amor também é sabedoria.

O amor não dá as costas quando o outro não está bem, o amor não foge quando as coisas vão mal. Quem ama é presença, é presente. O amor é sobre aquele tempo que a gente tira no meio do dia para dizer “bom dia”, ou liga para saber se o outro melhorou da gripe e conseguiu dormir bem à noite.

O amor não consiste na ausência de conflitos, mas na capacidade que temos de aprender a lidar com cada um deles, não deixando que o amor acabe por qualquer coisa. Afinal, amor também é luta.








Estudante de psicologia, apaixonada por artes, música e poesia. Não dispensa um sorvete e adora um pastel de feira com muito requeijão, mesmo sendo intolerante a lactose. Tem pavor de borboletas, principalmente as no estômago.