Antes de aprender a me amar… Lembro de ter me deixado pra trás, de ter duvidado da minha capacidade de amar outra vez só porque alguém me fez, por um instante, desacreditar no amor.
Lembro de ter me culpado. De ter jogado nas minhas costas todo o fardo dos relacionamentos que foram um fracasso.
Lembro de ter perdido o sono, por mergulhar em minhas próprias paranoias enquanto me convencia de que eu nunca seria suficiente pra que alguém ficasse, como se fosse uma necessidade ter alguém ao meu lado.
Lembro de ter me deixado pra trás, de ter duvidado da minha capacidade de amar outra vez só porque alguém me fez, por um instante, desacreditar no amor. lembro de ter me maltratado pelas escolhas dos outros, porque eu achava que a partida e o silêncio do outro era minha culpa.
Eu realmente acreditava que se o outro escolhesse partir, era por ter algo de errado comigo, com meu corpo, com a minha maneira intensa de amar. até eu compreender que o amor e que a intensidade que carrego não são o problema.
Às vezes aquilo que a gente tem não é o suficiente pra que alguém fique. e paciência.
Eu lembro de me odiar por muito tempo. por perceber que não eu não era levado a sério, e mesmo assim, não conseguia ter coragem de ir. porque a gente sempre sabe quando a gente não faz mais diferença pra alguém. a gente sabe quando machuca, quando não existe mais vontade, quando não cabe mais o nosso amor.
O amor próprio nem sempre vem na primeira tentativa, ou segunda, ou décima quarta. mas ele vem.
A gente vai aprendendo aos poucos a ser a nossa própria morada, a transformar a nossa intensidade em algo que caiba perfeitamente em nós mesmos. um dia a gente aprende a genuinidade de ser o amor da nossa própria vida e saber que isso não é egoísmo ou egocentrismo, é sobrevivência. é respeito ao que a gente sente, ao nosso corpo, a gente por inteiro.