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O amor também morre

Eu quis tanto seu abraço. Suas atitudes me mostraram que amor também morre. Quis tanto ter você por perto. Quis você como o bom rapaz que conheci. O que me cobria de carinho e era compreensivo. Que enxugava minhas lágrimas.

Tantas vezes saí da sua casa chorando, me sentindo sozinha, sem rumo, mal amada. Tantos passeios fiz pela cidade, tentando entender o motivo da sua frieza. Tanto me perguntei o porquê do desamor, da ignorância, que me cansei.

Sentimento bom, quando não é regado, mesmo que seja amor, também morre. É impossível uma pessoa amar sozinha numa relação a dois. De nada vale todo o resto se a parceria for só na cama.

A cada vez que o seu corpo queimava por dentro, você corria pra perto de mim. Me tomava como se nunca mais fosse me ter. Eu sentia um ódio inexplicável. Me sentia usada. Foi por isso que eu saí da sua vida sem explicações.

Você jurava amor, mas eu sabia que era só fogo de palha. Você me tinha como um prêmio. Uma linda mulher que você gostava de mostrar aos amigos, nada mais que isso. Demorei para perceber isso.

Lembra dos desencontros e das mentiras? Da sua frieza e indiferença? Dos jantares em lugares caros para fazer fotos e postar? Dos presentes sem cartões que você nem comprava? Sim, te amei mas você não me amou.

Ainda bem que amor também morre. Fui percebendo que você me tinha como um troféu. Deixei o sentimento que tinha por você se esfriar dentro de mim. Esqueci dos elogios que eram só pra me manter ao seu lado.

Me desliguei, antes de te dizer a minha decisão. Éramos um casal lindo, mas era algo sério só pra mim. Eu soube até das outras. Das suas saídas escondido e do quanto mentia dizendo que ia viajar com os pais e não era com eles.

Mulher quando quer descobre tudo e até coisas que nem estamos procurando, tomamos ciência.

Muitas amigas disseram que eu era louca de terminar com você. Mas não valia à pena estar ao lado e ter parceria apenas na cama. Não sou dessas que mantém status.

Juntei todos os presentes que me deu num saco plástico e doei a um bazar de caridade. É, amor também morre. Tinha muitos planos pra gente, mas achei melhor te dar um belo de um pé na bunda. Você vai ser pra sempre esse cara de várias mulheres.

O namoro que engatou depois do que tivemos, durou só um mês. E soube que nem nesses poucos dias, você foi fiel a ela. Você não aprendeu a amar, é isso. Independente do motivo de tanto desrespeito às mulheres que te amam, fica aqui a minha despedida.

Você diz por aí que não sabe o porquê de eu ter saído da sua vida. A resposta é essa: o amor também morre e seus presentes não me compraram. Eu queria reciprocidade, atenção, carinho. Tudo que você não podia me dar.

Assim, a boa vida que você me dava quando estávamos juntos, virou nada. É que eu aprendi a me amar antes de amar outra pessoa. E isso pesa demais.

Gabi Barboza

É graduanda em Psicologia, tem 32 anos. Como o que faz o mundo dela girar, são as pessoas, trabalha com Recursos Humanos. É mineira, bem casada com um Gaúcho lindo. Mora em Porto Alegre desde 2012. Está sempre lendo e ama escrever. Se sente rica, por ter vários livros em uma estante que é o seu tesouro. Ama se engajar em causas sociais, crê que a única coisa que levamos desse mundo, é o que plantamos. E que as boas obras, são fundamentais.

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