O bom humor é bem mais atraente do que a beleza física. De nada adiantam músculos em quem vive com cara amarrada.

Em tempos de competitividade exacerbada em todos os setores possíveis, de status social sobrepujando as interações afetivas, de valores éticos atropelados pelo sucesso a qualquer preço, de violência e de tristeza generalizada, o bom humor virou artigo de luxo.

Muitos de nós sorrimos apenas para cumprir formalidades, de tantas atribulações que nos consomem diariamente.

Por isso mesmo, é preciso manter algo de bom dentro de si, rir do que é engraçado, brincar com o que é permitido, gargalhar de si mesmo, inclusive.

Não se trata de rir feito bobo, de tudo, indiscriminadamente, ou rir de nervoso, mas sim de realmente ter prazer e ânimo frente ao que é bom, engraçado, divertido.

Conseguir achar graça no que carrega humor é uma das melhores coisas que existem.

Infelizmente, muita gente confunde bom humor com imaturidade, como se precisássemos ser sérios e sisudos para parecermos adultos maduros e respeitados.

Tem gente que não se permite rir num ambiente de trabalho, em lugares estranhos, ou perto de desconhecidos.

São pessoas que atrelam a maturidade e a responsabilidade tão somente ao silêncio e a expressões faciais em que não há esboço de sorriso algum. Mal sabem que dá para ser maduro, comprometido, responsável e bem humorado.

Sim, o bom humor pode ser acompanhado de seriedade, responsabilidade, comprometimento, maturidade, simplesmente porque quem sorri transmite mais cordialidade e sentimentos, e isso denota confiabilidade.

Tendemos a confiar em quem tem bom humor, porque nossa alma precisa de respiro, de descanso, de ternura, e o ato de rir contém tudo isso. O bom humor, inclusive, denota sabedoria, pois humor inteligente não é para qualquer um.

Em vista disso, o bom humor acaba se tornando bem mais atraente do que a beleza física, principalmente por ser uma característica das pessoas inteligentes e, fato inconteste, a inteligência é afrodisíaca, é sexy.

O bom humor acompanhará a pessoa pelo resto da vida, enquanto a beleza física quase sempre terá fim. No mais, de nada adiantam músculos em quem vive com cara de bunda.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.