Ter boas relações interpessoais é uma importante habilidade. Mas, isso nem sempre é um desafio fácil, quando se trata de lidar com pessoas difíceis. Esses indivíduos testam o nosso equilíbrio psicológico e espiritual. Eles estão em todos os ambientes: na família, no trabalho, na vizinhança, na igreja, na escola, entre outros locais.

Os principais aspectos desse perfil se constituem como controladores, pessimistas, intimidadores, desagradáveis, falsos, mentirosos e mandões, sobretudo, quando exercem algum tipo de poder para tornar difícil a vida de todos aqueles que estão a sua volta. Pode ser um chefe que controla cada passo dos seus empregados, um parente que consegue aborrecer a família inteira ou um amigo rabugento.

Outra particularidade das pessoas difíceis é o seu delírio de alimentar fantasias de grandeza ligadas a si mesmas, visto que se sentem melhores que outrem. Elas têm a petulância de achar que são mais indulgentes e mais competentes, mesmo sabendo que não são.

A maioria dessas criaturas também se caracteriza como indivíduos problemáticos, que exibem um temperamento genioso, inconstante e hostil, e por onde passam criam um clima de tensão. Esses traços causam constrangimento e indignação, afetando a vida profissional e pessoal das vítimas.

O nosso desafio é aprender a lidar com as pessoas difíceis, entendendo como elas funcionam emocionalmente. O modo mais seguro é não se deixar contaminar pela negatividade dessa gente, sem perder o nosso equilíbrio psicológico e espiritual.

Dentro dos preceitos do Tao, principal obra do taoísmo, traz o sábio conselho para tratar com pessoas difíceis, que roubam a nossa energia. Para o filósofo chinês Lao-Tse – é melhor manter a paz –, esvaziada de emoções negativas e não dar poder para quem gosta de arrancar à nossa calma.

Outra estratégia é ignorar os jogos emocionais desse tipo de caráter, que a todo momento irá tentar desestabilizar a nossa saúde mental. Apesar dessa tática reduzir para o limite do suportável as relações com esses sujeitos, já que às vezes não será possível romper com eles.

Por mais equilibrados que possamos ser, em algum momento a situação pode sair do controle. E não adianta se desgastar com argumentos, pois os indivíduos problemáticos não querem ouvir. Aliás, não vale a pena guardar rancor de gente assim.

O desafio psicológico e espiritual de lidar com pessoas difíceis é possível, como modo de exercitar os nossos princípios e cuidar das nossas raízes. Como nos ensinou o filósofo Agostinho de Hipona: “Preocupas-te se a árvore de tua vida tem galhos apodrecidos? Não percas tempo; cuida bem da raiz e não terás de andar pelos galhos. ”

Portanto, Agostinho destaca a importância de valorizarmos a nossa base moral e espiritual. Se tivermos bons princípios, não são as pessoas difíceis – que vão nos derrotar –, por mais que alguns ramos da vida se quebrem, nunca decairemos.








Sociólogo e Psicanalista