Essa pessoa no fundo está fazendo de tudo pra você não gostar dela, mas lhe apresentará uma capa bonita ou necessitada demais, sofrida demais pra você não se dar conta.
Pode fazer com que você invoque sua bondade, afeto, empatia e simpatia e quando você vê estará lá, tentando desvendar o mistério de estar com alguém que definitivamente não é nada daquilo que você sonhou um dia.
O amor meia boca pode até arrepiar sua nuca, mas nunca chegará a arrepiar sua alma. Porque o amor meia boca é raso. Não sabe se fazer eterno, não sabe ficar. E também não faz muita questão. Já que é o retrato da displicência. Do “tanto faz”. Apenas quando precisa de você. Aí o amor meia boca vai te procurar. E vai te contar todas as histórias tristes pra te convencer.
O relacionamento meia boca é vítima de um analfabetismo emocional constante. E você, por mais que tente ensinar e mostrar, conversar e ajudar, nunca conseguirá. É inútil tentar. Aliás, dialogar e trocar ideias é algo geralmente escasso nesses relacionamentos.
Mas se você insistir em tentar, será um eterno combate, entre você lutando bravamente pra ter algo que parece nunca chegar.
Aprendi que ele terá um gosto estranho. Começará doce, mas curiosamente continuará a seguir beirando entre o amargo e o adstringente. Eu comparo a beber água tônica: o primeiro contato é agradável e até docinho, mas no final quem vence é o amargo. Este é o inusitado sabor de um amor meia boca. É aquela sensação de que você esperava degustar um brigadeiro, mas no final comeu um caqui verde.
Eu sei que se você um dia entrou nessa, provavelmente foi na melhor das intenções, mas o que aprendi foi que um amor meia boca, definitivamente, não é um amor de verdade. Pode ser apego, carência, doença, karma.
Mas amor? Ah meu amigo… O amor é OUTRA coisa.