O que significa curtir uma postagem? Você não é a mesma pessoa desde que começou a ler isto. Vamos nos modificando. E sermos pessoas melhores depende do que estamos deixando que tenha passagem livre através de nossas janelas.
Essa frase me ocorreu outro dia. E ela quer dizer muito. “Ler” aqui não significa apenas o ato de pegar um texto e decodificá-lo através da leitura. Trata-se das ideias que você concebe para si, dos aprendizados e experiências.
Com o advento do Face, nós nos acostumamos a “curtir” alguma coisa que publicam, mas ainda não temos a chance de “não curtir” da mesma forma o que não gostamos, pois não há a mãozinha sinalizando o polegar para baixo (dizem que já existe por aí).
Bem, porém, aquilo que lemos, ou a imagem que vemos antes de clicar em curtir precisa achar consonância, em nós, com o que concordamos sobre determinado assunto. Ou mesmo, com aquilo que achamos engraçado Quando nos identificamos com algum tipo de leitura, filme, ambiente, jeito de ser, etc, isso diz muito sobre a nós. Não é à toa que tendemos a nos aproximar de quem tem gostos parecidos com os nossos.
Parece brincadeira, mas tudo o que aprendemos se transforma em nós. Por isso o título dessa pequena reflexão. Nosso cérebro vai criando novas conexões, à medida do nosso aprendizado e experiências. Por isso, ao meu ver, seja tão importante ler sobre vários assuntos. Mas, procurar uma linha de raciocínio o mais próximo da verdade, da realidade, mais coerente. Algo do tipo “matemático”, onde as premissas precisam dizer muito das conclusões. Como?
Procurando conhecer quem escreveu tal livro, disse tal coisa, ou dirigiu tal filme e em que circunstâncias isso aconteceu. Suas convicções, seu ponto de vista sobre assuntos importantes. Todos têm algo bom a ensinar. Mas, o assunto principal em pauta é o que importa na sua escolha.
É como uma ideia que se multiplica e que acaba sendo absorvida por muitos sem questionamento. Esse é o perigo de algumas ideologias. Quando entramos em uma discussão com “quem entende do assunto”, é importante tentarmos enxergar os vários pontos de vista entre os especialistas. A partir daí, vamos construindo nossa própria opinião.
Irão surgir dúvidas. Que elas surjam! Pois, é a partir delas que podemos formular uma “certeza”. As certezas não precisam ser fechadas em si mesmas, para não corrermos o risco de nos tornarmos “convictos” em tudo e não darmos espaço para questionamentos, nem ao menos, sabermos defender nossa opinião. Não!
Por mais que se tenha certeza de algo, depois de estudar, questionar, tirar dúvidas, é importante saber ouvir. Quem é “convicto” nunca cresce, pois acha que já sabe o suficiente. Nunca se sabe o suficiente. Daí, a Pesquisa estar sempre aberta a novas descobertas, por exemplo. As Teorias, vez ou outra, sofrem modificações. As doutrinas são revisadas. Os alicerces são fortalecidos.
Porém, isso não quer dizer dar bolas para qualquer tipo de fala. Não! Quando perceber que se trata de algo que já está bem acomodado e que aquilo é, na realidade, uma etapa anterior à que você se encontra, não dê atenção. Por exemplo, quando você vê o refrigerante como algo delicioso que parece matar a sede e cai bem em qualquer lanche, você nem ao menos questiona o que está bebendo, apenas vive o momento.
Até que um dia, por curiosidade, ou necessidade, você acaba tendo de procurar saber um pouco mais. E fica sabendo dos ingredientes, das consequências do excesso de uso, etc. Você passa a enxergar o refrigerante com outros olhos e, muitas vezes, até decide não beber mais. Se alguém chega para você e argumenta que não há outra bebida mais deliciosa para se ter em um lanche com os amigos e se a pessoa não tem a menor noção de que é feito um refrigerante, você pode descartar tal argumentação feita pela pessoa, pois já haverá passado por ela e se aprofundado um pouco mais.
Claro, se a pessoa quiser saber, você pode orientá-la, senão, deixe quieto. Que ela aprenda por si mesma. Mas, com certeza, você terá deixado uma pulga atrás de sua orelha.
É assim em vários assuntos, em tudo. Não basta saber por saber, crer por crer, gostar por gostar, é preciso ter argumentos, mesmo que sejam para si próprio. Daí, você não ficará tremendo à menor ventania. É preciso estudar, ler, ouvir, ver outros pontos de vista. Isso é crescer intelectualmente, também.
Aquilo que vai se transformando em nós, também vai definindo nossos pontos de vista, nossas escolhas. Não aceite apenas algo pronto. Tente entender como tal coisa foi feita. Dá um pouco de trabalho sim. Mas, depois que se começa a refletir, passa-se a exercer cidadania, a perceber que por mais que pareça pouco, o que você fizer pelo bem precisa ser feito mesmo assim. Há toda uma indústria de marketing que tenta dizer o contrário e convence pela borda.
Mas, no que depender de você: procure boas leituras, faça boas escolhas. Elas serão você. Isso é ser livre. Ah, e quando descobrir que está errado sobre algo, tenha a humildade de reconhecer. Os verdadeiros sábios são simples.
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