Nessa minha incapacidade de, por vezes, não entender tudo, deixo o tempo passar, deixo o coração se ajeitar, deixo a vida me mostrar o que é melhor.
Apenas ajudo-me, cuido de mim, elevo-me mais. O que é para ser vem no momento certo.
Já aprendi que, por vezes, tudo é um grande mistério inviolável. Preciso aprender a desvendar as coisas que se aprofundam na alma.
Pode ser que demore. Pode ser que eu descanse. Pode ser que eu queira tudo em um segundo.
Penso demais, amo demais, sinto demais.
Talvez eu só queira um banco de praça para sentar e olhar a paisagem, talvez eu só queira o silêncio das horas. Talvez eu só queira inspirar e expirar tranquilidade.
Pessoas vão passando à minha frente, corações vão se desencontrando e se encontrando. Vão se entreolhando. Muita coisa pode passar despercebida. Outras, com certeza, manterão a chama da minha alma acesa.
Meu mundo não é tão complicado. Muitas vezes, só não quero que mexam no meu desarrumado. É através dele que, muitas vezes, eu acesso a página do querer.
Cada um vive dentro daquilo que acha melhor. Eu aceito os desígnios de Deus.
Vou deixar a pressa descansando em algum canto, vou esquecer os meus rompantes, vou procurar ser mais feliz comigo mesma.
Nessa minha visão meio torta dos próprios sentimentos, muitas vezes, dou-me um tempo, dou-me uma chance, dou-me mais coragem para colocar um ponto final naquilo que me interrogou, provocou, instigou e mostrou que, no final das contas, escolher outro caminho poderia ser muito melhor, poderia trazer mais chances de cura e evolução interna.
Quem nos macera a alma, não nos faz sorrir. O que atrasa, não adianta, o que sobrecarrega não ajuda ninguém a subir mais um degrau.
Talvez eu só queira tomar um porre de amo- próprio e me colocar mais em primeiro plano. Talvez eu só queira dançar, conversar e ser cúmplice de um sorriso sincero. Nada me falta.
Acho que, quanto mais eu me liberto daquilo que freia, mais eu me liberto de todos os falsos argumentos, de todas as coisas que não deram certo, mas que Deus, mesmo assim, abençoou como sendo necessário.
Talvez seja isso. Parar de exigir tanto, parar de empurrar com a barriga o próprio coração.
Não tenho direito de anular minha vida, anular o que pretendo anular as coisas que se mostram à minha frente como guias de luz.
O tempo de Deus ninguém consegue prever. Então, entre meus erros e acertos, que portas se abram e se fechem dentro do que tiver que ser.
Só peço que me respeitem como sou, e que me deixem viver.
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