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“O Universo sabe o que faz: sabe o que tira e sabe o que traz”

A gente deixa de ser besta quando para de se importar com gente besta. A gente deixa de sofrer tanto, quando consegue aguardar a passagem do tempo, que trará entendimento de um monte de coisa que hoje parece inexplicável.

Tem muita gente que menospreza esse papo de Universo, de energia, de se colher o que se planta. Tem muita gente que não consegue ter fé naquilo que a ciência não comprova, naquilo que os olhos não podem ver. Muitas dessas pessoas, porém, uma ou outra hora, necessitarão tirar forças de dentro de si, uma força que não se vê e ninguém explica, porque aquilo que nos derruba sem lógica aparente só é superado quando se olha para a dança do Universo.

O mundo se tornou por demais materialista, haja vista a supervalorização do consumo, da estética, da felicidade a qualquer preço – mesmo que não haja preço etiquetado para ser feliz. Vale mais, para muitos, o poder de compra de seu cartão de crédito do que a humanidade que você carrega em seu coração. Vale mais sorrir falsamente com lentes de contato nos dentes do que sorrir com sinceridade, mas sem grana no bolso. Curtidas nas redes sociais são mais interessantes do que curtir os amigos verdadeiros ali no boteco da esquina.

Nesse contexto, fica difícil o entendimento de algo que não possa ser comprado, de algo que não esteja nas vitrines e não possa ser visto a olho nu. Mas o essencial, como já disse o pequeno príncipe, é invisível aos olhos.

O que vale a pena é o que nos faz felizes, em nossos sentimentos, aquilo que guardamos em nossos corações e o tempo jamais apaga.

E, quando percebemos que o mundo contém muito mais do que aquilo que se materializa perante nossos olhos, passamos a ter um entendimento mais sensível da vida.

A gente percebe que tudo acontece no seu devido tempo e que tudo passa, até mesmo as tempestades. A gente percebe que cada pessoa passa pela nossa vida para que aprendamos algo, muitas vezes dolorosamente. Aliás, a gente percebe que a dor, na maioria das vezes, é uma forma de a vida abrir os nossos olhos para o que realmente importa, para que passemos a valorizar o que vale a pena e paremos de perder tempo com bobagens, com gente sem coração.

A gente deixa de ser besta quando para de se importar com gente besta. A gente deixa de sofrer tanto, quando consegue aguardar a passagem do tempo, que trará entendimento de um monte de coisa que hoje parece inexplicável. Entender que nada é eterno e que ninguém é para sempre nos torna mais felizes com o que existe à nossa volta e ainda faz parte de nossas vidas. É assim que perdemos o medo de sofrer e nos tornamos mais fortes para romper com o que faz mal, com quem só traz dor, porque temos a certeza de que logo conseguiremos nos reerguer e seguir.

Enfim, confiemos no Universo e nas voltas que a vida dá: é assim que a gente continua, é assim que a gente se torna mais gente de carne e osso, gente de verdade rodeada por gente de verdade.

Prof. Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

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