Parei, sabe? Parei com essa história de abraçar o mundo. Cansei de fazer tudo, de querer tudo, de correr contra o tempo. Para quê? Tentar abraçar o mundo não é boa coisa, não. Para mim, não foi.

O mundo é muito grande. Não cabe em um só abraço. Deixei de coisa. Não quero mais abraçá-lo de uma vez. Vou aos pouquinhos. Descobri que melhor do que abraçar o mundo é dar a mão a quem está por aqui, fazendo meu mundo seguir em frente.

Não troco um segundo que seja ao lado do meu filho por um trabalho extra. Não jogo fora uma só chance de estar com quem eu amo. Não dou nem um minuto a mais aos meus patrões. Não quero mais dinheiro do que eu já tenho. Não vou ficar rico, não pretendo agradar toda gente. Desisti de abraçar o mundo.

Abraço meu trabalho diário, minha labuta honesta, meus dois empregos. Porque o trabalho é sagrado e sem ele não há todo o resto. Abraço minhas obrigações e minhas responsabilidades. Mas não me peça mais do que isso. Eu abraço o rumo de casa e lhe dou as costas.

Hoje abraço mais do que ontem. Amanhã vou abraçar mais do que agora. Abraço minha gente, minha coisas, minha vida. E acho que você devia fazer assim também. Abraçar.

Abrace, abrace que o tempo vai passando tão rápido! Abrace quem está ao seu lado, em forma física ou não. Na sua presença ou na sua saudade. Abrace quem está com você. Em você. Por você. Para você.

Abrace o que está ao seu alcance. Seus planos, seus sonhos. Seu caminho. Não o mundo. Porque o mundo não precisa que o prendam entre os braços. Precisa é de mais gente que se abrace e o leve em frente.








http://www.revistaletra.com.br/ Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.