Muitos de nós insistimos em crer na bondade alheia, na verdade, na capacidade de o ser humano se redimir, arrependendo-se e melhorando com o tempo. Infelizmente, algumas coisas e determinadas pessoas não mudam, jamais mudarão.

Ninguém há de passar por essa vida sem errar, sem fazer as piores escolhas, sem amar a pessoa errada, sem falar a palavra menos apropriada, enfim, erramos todos, uns mais, outros menos. O que importa é aprender a partir de cada equívoco, para que se evolua dia após dia. Da mesma forma, optar pelo menos correto não quer necessariamente dizer que a pessoa seja má, mas apenas humana, gente de carne e osso.

Nosso raciocínio costuma cair nas armadilhas que os sentimentos, vez ou outra, teimam em nos criar. Não deveria ser assim, mas parece que o coração e o cérebro não dialogam entre si, como se fossem duas instâncias antagônicas e incomunicáveis. Lemos teorias, refletimos na prática, ponderamos com discernimento, no entanto, muitas vezes cai por terra nossa capacidade de análise frente a certas situações que agem diretamente sobre nossos sentimentos afetivos. E, então, o emocional acaba vencendo o racional.

É assim quando, mesmo tendo quebrado a cara repetidamente, acabamos dando novas chances à pessoa. Quando, no fundo, já sabendo que o outro era uma roubada, a gente se entrega com tudo. Quando, por mais falsas que as lágrimas alheias sejam, a gente se comove e perdoa, uma, duas, incontáveis vezes. Quando investimos num sonho furado, numa pessoa vazia, num amor que não pende só para o nosso lado. Quantas vezes a gente parece sofrer de amnésia, não é mesmo?

Fato é que ninguém consegue prever o futuro, por mais que se tente, por mais experiência que se tenha. Além disso, muitos de nós insistimos em crer na bondade alheia, na verdade, na capacidade de o ser humano se redimir, arrependendo-se e melhorando com o tempo. Infelizmente, algumas coisas e determinadas pessoas não mudam, jamais mudarão, porque a vida ensina somente quem estiver disposto a aprender. E tem gente que se nega a assumir erros, ou seja, nega-se ao aprendizado que todo dia lhe bate à porta.

Não estaremos isentos de andar pelos caminhos que deveríamos evitar, junto a quem não teria razão de estar conosco, porque, muitas vezes, as aparências enganam e por muito tempo.

Felizmente, nunca será tarde para que possamos voltar às trilhas serenas e trazer para perto as pessoas sinceras e apaixonantes.

Nunca será tarde para ser feliz, enquanto vida houver, enquanto nosso coração vibrar com os sonhos que construímos em nosso caminhar.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.