Para não nos deixarmos manipular, devemos aprender a dizer não!
Todos em algum momento de seu ciclo vital se “deixaram” manipular.
Longe de ter vergonha ou tentar esconder isso, devemos entender, em primeiro lugar, que a pessoa manipulada não é capaz de reconhecer tal dinâmica, tais artifícios e artimanhas semelhantes que, geralmente, se desprendem com uma habilidade sutil.Da primeira vez, não vemos acontecer. Talvez porque somos mais jovens, ou porque ainda não temos muita experiência de vida para saber qual é o perfil de uma pessoa manipuladora.
Porém, depois dessa primeira aprendizagem e de uma experiência precoce, devemos nos tornar capazes de integrar cada dado, cada ação, palavra e gesto, para identificar novos comportamentos e saber pôr um limite, uma barreira defensiva.
Por sua vez, não podemos esquecer de que este tipo de experiência acontece sempre por algo: para aprender, para que assim sejamos capazes de sortear novas pedras no caminho para avançar com mais integridade e plenitude.
Por que nos deixamos manipular uma ou outra vez?
São muitas as pessoas que, diferente do que assinalamos anteriormente, tropeçam uma ou outra vez na mesma pedra: se deixam manipular de forma consciente, caindo de forma reiterada no mesmo tipo de relacionamento.
Por que isso acontece? Que explicação psicológica há por trás destas dinâmicas?
As pessoas que se deixam manipular de forma constante precisam de reforços positivos.
Os manipuladores persuadem, são amáveis no começo, aduladores e provedores de múltiplos reforços positivos para conseguir o que desejam.
Algo assim é muito atraente para quem precisa se sentir elogiado.
Por sua vez, outro aspecto que explica esta cessão voluntária à manipulação é o fato de não saber realmente o que é se sentir amado ou respeitado.
Em ocasiões, há quem nunca teve um vínculo forte e digno com alguém, nem se quer a nível familiar.
Sentem “fome” de afeto e por isso são capazes de aceitar qualquer coisa, por mais temíveis que sejam os efeitos secundários.
Inteligência emocional para momentos difíceis
A última “gota” que deve encher o copo da sua paciência
Antes de nos transformarmos em tristes viciados nessas relações de fio duplo, interesseiras e falsas, devemos ser capazes de cortar, um por um, cada fio dessa manipulação que nos mantém unidos a determinadas pessoas.
Deve haver sempre uma “última gota” que transborda o copo da nossa paciência. Ou seja, cada um de nós deve encontrar esse limite intransitável que ninguém pode ultrapassar.
Ninguém deve lhe fazer acreditar que você tem pouca habilidade, é torpe ou não merece aquilo que se propõe.
Ninguém deve infringir seus direitos pessoais, seu direito de ter voz, opinião, capacidade de agir e decidir.
Ninguém pode atacar ou ironizar sobre seus valores, ideias ou crenças.
Ninguém deve fazê-lo se sentir inferior.
Ninguém tem autoridade sobre você.
Ninguém pode tocar um só fio do magnífico tecido da sua autoestima.
Reflita sobre cada dimensão enumerada aqui, porque cada uma delas é uma gota que transborda qualquer copo que contenha a nossa paciência e deve nos animar a reagir.
Fomos manipulados uma vez e nunca mais
A arte de manipular é muito comum, mas não por ser comum é permissível.
Lamentavelmente, este tipo de comportamento onde tentam influenciar na forma de agir ou nas emoções dos outros em benefício próprio é habitual.
Podemos encontrá-lo nos relacionamentos entre casais, as amizades, no seio de muitas famílias e também nos entornos de trabalho.
Devemos ser capazes de identificar esses mecanismos e de reagir diante deles.
Fazê-lo não é um ato egoísta ou desmedido, mas sim de bem-estar físico, psíquico e emociona.
Dizemos um “ato egoísta ou desmedido” porque é muito comum que a pessoa que tenta pôr limites seja vista diante dos olhos do manipulador como suspeita ou desconfiada.
Por isso é comum que nos digam coisas como “mas o que eu quero é o melhor para você, como você pensa mal de mim, quanta desconfiança ou que pouco amável você é com tudo o que eu lhe sugiro”.
Um “NÃO” a tempo salva vidas
Este é, sem dúvidas, o primeiro princípio que devemos integrar em nosso dia a dia: um “não” a tempo nos evita múltiplos problemas posteriores.
Se algo não nos agrada ou nos incomoda, é preciso dizê-lo em voz alta para que as outras pessoas saibam bem onde estão os nossos limites.
Faça o que for justo e adequado para você
Jamais deveremos ceder naquilo que não nos parece adequado. Não importa que seja nosso parceiro, irmão ou pai quem nos peça algo que vai contra nossos princípios ou valores.
Se não nos sentimos cômodos, se não gostamos ou nos inquieta, então não devemos fazer.
É possível que durante uma época de nossa vida tenhamos sido o que se conhece como “um alvo fácil”.
Éramos aquele “tipo de pessoa” facilmente manipulável, que dizia “sim” quando o que desejávamos era um “não”.
Isso acabou.
Devemos pôr firmeza em nossa mente, coragem no coração e dignidade em nossa autoestima.
Ninguém merece ser manipulado e nem alimentado com um amor de “marca branca”, com um carinho envenenado e um interesse camuflado.
Reaja!
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