Por que a maioria das pessoas não conseguem controlar a mente?

A maioria das pessoas possuem uma enorme dificuldade em controlar a mente porque se deixam levar por atos instintivos da sua natureza primitiva.

Vou começar este texto fazendo analogias, primeiro, entre o cérebro e a natureza.

Quem veio primeiro, a natureza ou a sociedade?

Quando uma cidade é abandonada, a natureza toma conta dela, pois esta, sempre arranja um jeito de sobreviver. Por isso, vou comparar o cérebro com a natureza e a cidade, onde a região frontal do cérebro é a cidade e as regiões relacionadas ao instinto, a natureza.

A região frontal do cérebro, assim como a cidade, é a última a se formar e foi a última a se desenvolver, mediante ao processo evolutivo.

O córtex pré-frontal é a região da lógica, da tomada de decisão, prevenção, racionalidade, coerência, memória, controle emocional e foco atencional. Assim como a cidade, faz parte de um processo de adaptação e desenvolvimento.

Os instintos, assim como a natureza, seguem o seu fluxo para a sobrevivência. Regiões como o sistema límbico, núcleos da base, tronco encefálico, glândulas, entre outros, são responsáveis para nos mantermos vivos e reproduzirmos.

Bloqueio da mente e liberação.

Podemos fazer uma comparação com um rio e seus obstáculos.

São os nossos mensageiros químicos que controlam o nosso estado emocional, que precisam ser excitados ou inibidos.

Como o rio, tudo o que é jogado nele, é levado pela correnteza e se não for bloqueado em algum momento, superará seus obstáculos e seguirá o fluxo até onde puder, até onde houver um bloqueio.

Assim como a natureza, uma “peça” do sistema límbico, a amígdala, (estrutura responsável pela resposta física e comportamental do medo e outras emoções), tem mais conexões nervosas do que o córtex pré-frontal (CPF). A malha neuronal que conecta as duas regiões leva mais informações da amígdala para o CPF, do que o contrário.

Na evolução, tudo sempre foi gradativo, com exceção da nossa cognição. Encontramos na nossa inteligência uma melhor maneira de sobreviver. Ela nos forneceu a coerência necessária para nos desenvolvermos em específico, a ponto de causar mudanças abruptas que o nosso organismo não sabe como lidar e nunca saberá.

Os instintos sempre farão parte de nós, pelo ciclo natural do universo, da natureza. Se a morte existe, logo, os instintos sempre existirão e só poderiam ser alterados se fossemos imortais. Também por isso, a nossa dificuldade em aceitar a finitude.

A dificuldade em controlar a mente se dá ao fato do quão desenvolvido é o CPF de uma pessoa, para que, mesmo com menos conexões eferentes, possa tentar o equilíbrio necessário para o processo adaptativo.

Como assim adaptativo?

Sim, nosso organismo não sabe distinguir o tipo de perigo e estamos, constantemente, acionando substâncias químicas diante de fatores de riscos reais.

Assim como a cidade, estamos vivendo uma confusão que é semântico à desorganização e, esta, por sua vez, causa desordens mentais.

A evolução precisa ser equiparada, mesmo que com desnível, mas na tentativa de alcançar, logo, nos tornamos reféns da necessidade em adquirir conhecimento para que possamos conseguir a homeostase.

Uma sociedade sem educação, sem conhecimento, tende a ser vencida pela emoção, a levando a fazer escolhas erradas e a desenvolver problemas mentais.

As emoções sempre irão tentar dominar tudo, assim como a natureza. Mas ela também sempre será necessária e temos que conviver com ela, se vincular a ela, se misturar a ela, cuidar dela, mas não necessariamente dominá-la, pois sem a emoção, a chamada frieza, racionalidade excessiva, também causa danos.

Os instintos e a razão, estão em um “duelo” que não pode haver vencedores, mas sim um controle.

A impulsividade determina o ser, as emoções precisam ser equilibradas, porque quando descontroladas, se transformam em doenças e podem até mesmo levar as pessoas a desenvolverem psicopatias.

Esta outra comparação é no sentido de fazer entender os níveis de intensidades e vontades, que quanto maior o impacto, maior o dano.

A sua mente precisa do comando da sua vontade para ser dominada, caso contrário, ela tomará conta de tudo, assim como a natureza faz com a cidade.

*DA REDAÇÃO RH.

Texto de Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, neurocientista, neuropsicólogo, biólogo, historiador, jornalista, psicanalista com pós em antropologia e formação avançada em nutrição clínica. PhD e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências pela EBWU na Flórida e tem o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; Pós Graduação em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal; Pós Graduação em Neurociência, Neurociência aplicada à aprendizagem, Neurociência em comportamento, neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; Especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, neuroscience em Harvard nos Estados Unidos; bacharel em Neurociência e Psicologia na EBWU na Flórida e Licenciado em Biologia e também em História pela Faveni do Brasil; Especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na USP; MBA em psicologia positiva na PUC. Membro da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814; Membro da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488; Membro da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT 30079; Contato: [email protected]

Foto de Norbert Kundrak no Unsplash

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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.