Por que Algumas Pessoas Pedem Ajuda Enquanto Outras Se Viram Sozinhas?
Já observou que algumas pessoas não hesitam em pedir ajuda enquanto outras preferem se virar sozinhas? Essa questão intriga cientistas e psicólogos há anos, mas novos estudos neurocientíficos podem explicar as bases biológicas e genéticas dessa diferença comportamental.
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, eleito membro Sigma Xi e da Royal Society of Biology do Reino Unido, e presidente da sociedade de pessoas com superdotação profunda ISI Society, “as diferenças no comportamento de pedir ajuda podem ser explicadas por variações neuroanatômicas e funcionais no cérebro”.
Dr. Fabiano aponta que regiões específicas, como o córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC) e a junção temporoparietal (TPJ), estão profundamente envolvidas na regulação do comportamento social e na tomada de decisões de reciprocidade. “Indivíduos que percebem favores como atos altruístas ativam mais frequentemente o DLPFC, uma área associada ao processamento de decisões complexas”, explica Dr. Fabiano.
Neurotransmissores também desempenham um papel fundamental.
“A oxitocina, conhecida por promover comportamentos pró-sociais, aumenta a disposição para pedir ajuda ao fomentar sentimentos de confiança e empatia. Em contraste, níveis elevados de dopamina podem incentivar comportamentos independentes”, detalha Dr. Fabiano.
Além disso, fatores genéticos, como polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) no gene OXTR, que codifica o receptor de oxitocina, influenciam a propensão de um indivíduo a buscar ajuda.
“Certas variantes desse gene estão associadas a maiores níveis de empatia e disposição para buscar apoio social”, afirma o especialista.
O temperamento e a personalidade também são determinantes significativos.
“Indivíduos com altos níveis de neuroticismo podem evitar pedir favores por medo de rejeição ou de parecerem incompetentes, enquanto pessoas extrovertidas são mais propensas a buscar ajuda como uma forma de fortalecer seus vínculos sociais”, comenta Dr. Fabiano.
Por fim, o contexto cultural molda esses comportamentos.
Em culturas coletivistas, que valorizam a harmonia do grupo, pedir favores é visto positivamente, enquanto em culturas individualistas, a autossuficiência é mais valorizada.
“Normas culturais têm um impacto profundo na disposição de pedir ajuda”, conclui Dr. Fabiano.
Compreender as nuances dessas diferenças pode ajudar na promoção de ambientes mais solidários e na redução do estigma em torno da busca por ajuda. Estudos futuros continuarão a explorar como esses fatores interagem para moldar nosso comportamento social.
*DA REDAÇÃO RH. Fonte: Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, eleito membro Sigma Xi, principal sociedade científica com mais de 200 prémios Nobel e Royal Society of Biology do Reino Unido. Membro da Mensa, Triple Nine Society e presidente da sociedade de pessoas com superdotação profunda ISI Society.
Foto de Khashayar Kouchpeydeh na Unsplash
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