Existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que são idiotas sempre, e todo mundo sabe que não pode contar com elas, e aquelas que são legais até com quem não conhecem, e na maioria das vezes se ferram por isso.
Por quê? O que leva alguém a ser cooperativo, e outro a ser egoísta? Psicólogos da Universidade de Yale, nos EUA, queriam responder a essa pergunta.
Estudo mostra o que acontece no cérebro daquele seu amigo
Seres humanos muitas vezes colaboram com estranhos, apesar dos custos envolvidos. Uma longa tradição teórica tem procurado explicações evolutivas para este comportamento aparentemente altruísta.
Mais recentemente, um corpo totalmente separado de trabalhos experimentais começou a investigar as bases cognitivas da cooperação usando deliberação: será que o autocontrole deliberativo é necessário para reinarem os impulsos egoístas, ou a deliberação autointeressada é o que contêm um desejo intuitivo de cooperar?
O modelo
Os pesquisadores da Yale desenvolveram um modelo matemático para testar essa questão.
Criado por Adam Bear e David Rand, o modelo incorpora ideias da teoria evolucionária dos jogos de cooperação, e da economia comportamental da intuição e deliberação.
Como seu cérebro tendencioso faz de você um idiota online
Ele prevê o comportamento das pessoas em um jogo teórico no qual os participantes podem ser cooperativos ou egoístas. Em alguns casos, não há nenhuma chance de retorno por ser legal com os outros. Em outros casos, existe a possibilidade de reciprocidade.
Os resultados
De acordo com o modelo, as pessoas que vêm de um ambiente favorável e amigável são pessoas que aprenderam intuitivamente a cooperar, e portanto fazem isso mesmo com estranhos e mesmo quando não há um retorno pela ajuda. Elas simplesmente são pessoas que cresceram em um ambiente colaboracionista e veem um potencial de benefício em tal comportamento generoso.
No entanto, se essas pessoas tinham tempo para deliberar, elas ignoravam seu instinto cooperativo quando percebiam que não havia possibilidade de retorno no futuro.
Já as pessoas que haviam crescido cercadas por idiotas, e que portanto tinham aprendido intuitivamente a ser egoístas, agiam assim sempre. De acordo com o modelo, eles continuavam sendo babacas mesmo quando a cooperação trazia retorno, porque nunca paravam para pensar (deliberar).
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Idiotas sempre serão idiotas
Os psicólogos queriam entender o papel da deliberação na cooperação com base em uma modelagem evolucionista.
Sua conclusão foi a seguinte: dependendo do nível de reciprocidade e deliberação, a seleção favorece uma de duas estratégias.
A primeira é ser sempre egoísta. São os tais idiotas que só sabem ferrar todo mundo.
A segunda é ser sempre bonzinho, até ter tempo de pensar sobre isso. Essa estratégia é adotada por pessoas que cooperam intuitivamente, mas às vezes usam deliberação para agir de forma egoísta.
Pessoas atraentes são também mais egoístas
O ponto crítico do modelo foi descobrir que a seleção não favorece as pessoas que utilizam deliberação para substituir impulsos egoístas. Ou seja, a deliberação só serve para minar a cooperação com estranhos.
Em palavras ainda mais claras: de vez em quando, bonzinhos param de ser bonzinhos. Já idiotas nunca ficam bonzinhos. Nem se iluda!
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