Menina singular, procura ser diferente de tudo e todos ao seu redor.
“O mundo anda tão rotulado”, ela costuma dizer enquanto ler qualquer livro de sua estante repleta deles.
Ela costuma fazer longas viagens dentro de si, conhecer novas músicas, aprender outras línguas, provar de outras e ler livros novos.
É um longo e constante diálogo com sua própria alma e seu próprio coração que pode durar cerca de duas ou doze horas.
Ela está “aprendendo a ser singular antes de tornar-se plural”.
E enquanto alguns se divertem em festas lotadas de madrugadas vazias, ela costuma vadiar seus próprios pensamentos e se questionar sobre o seu papel no mundo.
O que quer ser? O que quer fazer? Questionamentos do seu dia-a-dia.
Ela é uma peça rara em mundo que está totalmente cego para perceber isto.
Ela conversa sobre todos os tipos de assuntos em mesas redondas de debates com seus amigos.
Fala sobre o Niilismo do Nietzsche, da teoria evolucionista do Darwin, até sobre os poemas do
Pessoa… ela sabe conversar. Mas quando questionada sobre o “por que” de não ter namorado ou coisa assim, ela desconversa…
Muda de assunto, desvia os olhares, até fala algumas coisas bobas sobre não está preparada para relacionamentos, e novamente corta o diálogo com seu facão de incertezas.
Seus amigos costumam dizer que ela é bonita demais para estar sozinha, e novamente ela vira os olhos como quem avistou algo mais interessante do outro lado da rua, e desvia a conversa mais uma vez.
Vira e mexe, ela costuma encarar o teto branco do quarto todas as noites antes de descansar seus olhos cansados.
Pergunta a si mesma se encontra-se feliz do jeito que está agora, e em questão de segundos, ela responde o seu coração afirmando um mero “sim” com um sorriso tímido no rosto.
Ela está coberta de incertezas e não deseja convidar ninguém para seu mundo incerto por enquanto, menina esperta.
Sabe ela que vai amar alguém cedo ou tarde, acontece com todo mundo, mas por enquanto, ela insiste em conhecer a si mesma antes de apresentar-se ao mundo.
Mas eu, teimoso que sou, insisto na mesma pergunta; Você é bonita demais para não ter alguém com quem dividir o Netflix. Porque você não namora, moça?
Ela me fita bem no fundo dos meus olhos verdes, como quem vai me dar um tapa na cara ou coisa parecida, e diz:
Porque eu não quero, idiota!
Pensando bem, era melhor ter levado um tapa.