Por que mesmo tendo mais tempo de vida, temos a sensação de que o tempo está passando mais rápido? O Paradoxo do Tempo: Vivemos Mais, Mas Realmente Vivemos Menos.

A sensação de que o tempo está passando mais rápido é um fenômeno que merece estudo. De acordo com o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, isso ocorre influenciado por diversos fatores, desde a aceleração do ritmo de vida moderno até alterações na nossa própria percepção temporal.

Além disso, estudos recentes indicam que a Terra está girando mais rápido, o que, embora imperceptível em nosso dia a dia, pode contribuir de certa forma para essa sensação.

Temos a sensação de viver menos do que a idade indica, ao mesmo tempo em que enfrentamos maiores riscos de doenças associadas à velhice e ao estilo de vida moderno.

Para ilustrar essa diferença, na Idade Média, a expectativa de vida em países europeus era de cerca de 30 a 40 anos, enquanto hoje, ultrapassa os 80 anos.

No entanto, apesar de vivermos mais, a sensação de tempo vivido é menor, devido ao desgaste do nosso organismo e à rotina frenética que nos impede de aproveitar plenamente cada momento.

Abreu explica o motivo dessa sensação através das evidências da Neurociência

A neurociência fornece várias explicações para essa sensação de aceleração do tempo. Para entender como isso se dá, o neurocientista Fabiano de Abreu os dividiu em 3 categorias:

1.Atenção e Processamento de Informações:

O tempo parece passar mais rápido quando estamos ocupados ou realizando várias tarefas ao mesmo tempo. Isso ocorre porque nosso cérebro está processando uma grande quantidade de informações, o que pode reduzir a percepção de intervalos de tempo.

Estudos mostram que a percepção do tempo está intimamente ligada ao nível de atenção e ao volume de informações que o cérebro precisa processar (Block & Zakay, 1997). Perceba que há um coletivo não generalizado de problemas relacionados ao foco atencional.

2.Memória e Novidade:

Eventos novos e memoráveis tendem a ser mais detalhados na nossa memória, criando uma sensação de que mais tempo passou.

Em contrapartida, atividades rotineiras e repetitivas não produzem muitas memórias distintas, levando à percepção de que o tempo está voando (Wittmann & Lehnhoff, 2005). Ou seja, num período em que as novidades não são mais tão valorizadas pela facilidade em obtê-las, em que a rotina é um padrão comum na cultura atual, logo reafirma o contexto temporal deste estudo.

3.Envelhecimento e Processamento Temporal:

À medida que envelhecemos, a forma como processamos o tempo também muda. Crianças e jovens tendem a perceber o tempo de maneira mais lenta devido à grande quantidade de novas experiências.

Em contraste, adultos tendem a perceber o tempo mais rápido, pois muitas experiências se tornam rotineiras (Friedman, 1993). Isso corrobora meu conceito da necessidade do novo em pessoas de alto QI, relacionado ao sistema de prevenção do tempo.

O tempo, sendo um dos inimigos de quem necessita de novidades constantes devido à sua condição genética, forma um ciclo intermitente: necessidade genética, busca pelo novo, satisfação com o novo, tempo para mais conquistas e prevenção relativo ao tempo, necessidade, conquista e percepção da finitude da vida.

Essa sensação de “ultrapassagem” em relação ao passado nos coloca em uma posição paradoxal: vivemos mais, mas sentimos que vivemos menos. Mesmo buscando um estilo de vida mais brando, a aceleração do tempo ainda está presente.

Para lidar com essa realidade, é fundamental adotar um estilo de vida mais saudável, desacelerar o ritmo, valorizar as experiências e buscar atividades que nos proporcionem prazer e bem-estar. Só assim poderemos ressignificar nossa relação com o tempo e aproveitar ao máximo cada fase da vida.

Interessado na percepção do tempo e preocupado com a finitude não pela morte em si, mas pelas conquistas e metas a serem alcançadas, construí uma equação para, de maneira literal, obter uma compreensão clara de quanto tempo realmente vivemos.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de Rod Long na Unsplash. Informações de Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, neurocientista, neuropsicólogo, biólogo, historiador, jornalista, psicanalista com pós em antropologia e formação avançada em nutrição clínica. PhD e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências pela EBWU na Flórida e tem o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; Pós Graduação em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal; Pós Graduação em Neurociência, Neurociência aplicada à aprendizagem, Neurociência em comportamento, neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; Especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, neuroscience em Harvard nos Estados Unidos; bacharel em Neurociência e Psicologia na EBWU na Flórida e Licenciado em Biologia e também em História pela Faveni do Brasil; Especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na USP; MBA em psicologia positiva na PUC. Membro da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814; Membro da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488; Membro da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT 30079; Contato: [email protected]

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