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Por que não tenho sorte no amor?

Algumas pessoas simplesmente parecem não ter sorte no amor, já percebeu?

Como se andassem em círculos invisíveis, suas vidas são fadadas a um ciclo de eterno insucesso amoroso, como o enredo de uma trama teatral que não cessa de reprisar.

Assim, sempre se encontra o mesmo tipo de parceiro. Aquele que trai, abandona, que é abusivo ou que simplesmente não leva a relação a sério. Pode ser que um problema de disputa pelo poder sempre se repita, mesmo que leve algum tempo.

Talvez você já tenha passado por isso – ou esteja passando ainda agora – e entenda muito bem como é viver nesse círculo. “Agora vai ser tudo diferente”, você fala obstinadamente para si mesmo(a), mas dá a volta no mundo inteiro para, surpreendentemente, parar no mesmo lugar. É como se uma parte secreta do seu Eu conspirasse contra si mesmo.

Mas por que isso acontece? Por que, mesmo se esforçando para mudar, tudo parece acontecer novamente? Seria o resultado de uma terrível maldição?

Me acompanhe numa pequena estória:

“Um famoso cantor se preparava para um grandioso espetáculo. Em seu repertório, tinha a certeza de que novos grandes sucessos iriam estourar.

Ele tocou, entusiasmado, a primeira música. A plateia ardeu em aplausos.

— Bis! Bis! Bis! — gritaram eufóricos.

Feliz com seu sucesso, ele repetiu aquela música.

— Bis! Bis! Bis! — pediram novamente. Sem entender muito bem, o cantor decidiu conceder o pedido de seus fãs. Mas, quando terminou, foi surpreendido com um novo pedido. Depois de mais algumas repetições, cansado e com com a certeza de que tinha tantas outras boas músicas para cantar, ele questionou a plateia em voz alta sobre o porquê de tanta repetição.

— Vamos pedir que repita até que você aprenda a cantar! — explicou uma senhora na fila da frente.”
Da mesma forma, a vida nos convoca a repetir determinados temas. Nossas mentes continuam, inoportunamente, a nos pregar essa peça. É como se pedisse por uma nova chance, um novo começo da mesma história, para que possa fazer certo e, “por acaso”, entramos no mesmo enredo. Mas este é um acaso que não é tão aleatório assim.

Por isso, costumamos apelidar as pessoas que não tem sorte no amor com apelidos como “dedo podre” e que refletem o fato de que houve uma escolha, ainda que inconsciente.

Escolhemos as nossas histórias a dedo.

Enquanto determinados temas permanecerem no inconsciente, continuaremos a ser controlados por ele, da mesma forma que, na história, o cantor segue a risca os pedidos da plateia até que resolve questionar.

O que falta não é força e nem sorte, mas consciência de um conflito oculto.

A chave para a libertação jaz dentro de nós mesmos, guardada num porão escuro e você pode acessá-la. Para isso, é preciso investir em autoconhecimento: um caminho que pode parecer difícil e desconfortável no começo, mas que tem o poder de abrir as portas para um tipo muito mais desprendido de felicidade.

Na mente, esconder a sujeira debaixo do tapete jamais é uma solução, já que você pode constantemente tropeçar nela sem notar. Ao trilhar um processo de autoconhecimento, você abre as gavetas da mente e revela seus conteúdos ocultos e, então, pode parar de ser perseguido por eles.

Todos nós podemos amar e ser amados e temos o potencial para escrever novas e melhores histórias de nós mesmos, reinventando nossa própria existência. Podemos apenas precisar de alguma ajuda. Vamos lá?

Luiz Mateus Pacheco

Gaúcho, graduado em psicologia e estudante apaixonado das relações humanas e da pluralidade do amor. Acredita que este sentimento é sempre saudável quando é uma via de mão dupla e mútuo crescimento. Nas horas vagas, dedica-se a escrever sobre o amor e suas complicações na página Relações Perigosas no Facebook.

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