O mundo precisa de mais Filosofia. Um mundo mais filosófico seria mais tolerante, mais respeitoso, com mais alteridade e inteligência afetiva.

Gilles Deleuze, filósofo francês do século XX, entre muitas ideias importantes, defendeu o cinema como objeto e não como representação.

Quando ouvimos a palavra filosofia, imaginamos algo muito complicado e teórico, pouco aplicável na vida cotidiana. Mas se a gente buscar o significado desta palavra, descobriremos que ela quer dizer amor ao saber.

Se pararmos para pensar, é o amor ao saber que move a nossa vida, que nos impulsiona, que nos torna curiosos e capazes de aprender e descobrir coisas novas. Sem amor ao saber, não aprendemos, não conhecemos, não entendemos o olhar do outro, não conseguimos respeitar as culturas alheias, não conseguimos argumentar com assertividade. Enfim, paramos no tempo e no espaço e começamos a reproduzir de forma incessante e pouco crítica condutas equivocadas e opiniões pasteurizadas.

Michel Foucault relacionou os presídios e manicômios com os quartéis e as escolas. Defendeu a ideia de que o poder se desenvolve em rede, portanto, quem o executa também é vítima do mesmo.

Muita gente acha normal ser explorado pela empresa onde trabalha. Muita gente acha normal valorar as pessoas pelas roupas que usa e sapatos que calça. Muita gente acha normal agredir quem pensa diferente. Muita gente acha normal que existam pessoas vivendo em um estado miserável. Muita gente acha normal o individualismo da nossa época. Muita gente acha normal rotular os depressivos de fracos e os românticos de bobos. Muita gente acha normal rotular os pobres de preguiçosos.

O alemão Nietzsche influenciou fortemente os filósofos brasileiros contemporâneos. Para ele, a realidade era altamente subjetiva. Foi autor da frase ” Não existem fatos e sim interpretações”.

Sem o amor ao saber não evoluímos intelectualmente e emocionalmente. Sem o amor ao saber não temos senso crítico, não temos autocrítica. Sem o amor ao saber não nos reinventamos, não reciclamos nossas ideias e valores, nos fechamos dentro de nós mesmos, acreditando em paradigmas da infância.

Sem amor ao saber não entendemos a complexidade da vida e a importância de fazermos a diferença no mundo. Sem o amor ao saber não compreendemos o papel das artes, a essência da educação, o poder do amor. Sem o amor ao saber reduzimos o conceito de amizade e nos acomodamos em ser e fazer tudo aquilo que os outros fazem sem questionar.

Pelo pensamento do filósofo Julio Cabrera, autor do livro “O cinema pensa”, Schopenhauer inseriu a emoção no pensamento filosófico.

Ninguém precisa estudar filosofia de maneira sistemática e formal, embora seja muito interessante entrar em contato com as ideias de alguns filósofos estruturantes do pensamento contemporâneo. Por outro lado, basta refletirmos sobre a vida, nos questionarmos constantemente, nos indagarmos sobre os porquês e como podemos atuar socialmente de uma maneira mais significativa para adotarmos um pensamento filosófico. Quando alguém se pergunta “O que estou fazendo no mundo? Qual é a minha missão nesta vida? Existe realmente alguma missão?” já está filosofando, já está amando o saber.








Viciada em café, chocolate, vinho barato, filmes bizarros e pessoas profundas. Escritora compulsiva, atriz por vício, professora com alma de estudante. O mundo é o meu palco e minha sala de aula , meu laboratório maluco. Degusto novos conhecimentos e degluto vinhos que me deixam insuportavelmente lúcida. Apaixonada por artes em geral, filosofia , psicanálise e tudo que faz a pele da alma se rasgar. Doutora em Comunicação e Semiótica e autora de 7 livros. Entre eles estão "Como fazer uma tese?" ( Editora Avercamp) , "O cinema da paixão: Cultura espanhola nas telas" e "Sociologia da Educação" ( Editora LTC) indicado ao prêmio Jabuti 2013. Sou alguém que realmente odeia móveis fixos.